ATA DA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 26-02-2003.

 


Aos vinte e seis dias do mês de fevereiro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Raul Carrion e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Berna Menezes, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Sessão de Instalação da Terceira Sessão Legislativa Ordinária, que foi aprovada. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, 06 Pedidos de Providências; pelo Vereador Cassiá Carpes, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações n° 028/03 (Processo n° 0772/03); pelo Vereador Haroldo de Souza, 05 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Resolução n° 012/03 (Processo n° 0775/03). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de n° 086/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n° 007/03 (Processo n° 0819/03); de n° 087/03, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/03 (Processo n° 0817/03); de n° 088/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n° 006/03 (Processo n° 0818/03). Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de processos: de autoria do Vereador Carlos Pestana, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n° 153/02 (Processo n° 2585/02); de autoria da Vereadora Maristela Maffei, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n° 273/01 (Processo n° 4057/01) e ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 019/02 (Processo n° 3495/02). Na ocasião, foi apregoado o Ofício n° 066/03, firmado pela Senhora Margarete Moraes, Secretária Municipal de Cultura, informando que deixará de exercer o referido cargo a partir do dia vinte e oito de fevereiro do corrente e assumirá seu mandato na Câmara Municipal de Porto Alegre a partir do dia primeiro de março do corrente. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios n°s 001/03, do Vereador Dirceu Antônio Remussi, Presidente da Câmara Municipal de São João da Urtiga – RS; 001/03, do Vereador Paulo Ricardo Lucas, Presidente da Câmara Municipal de Cachoeirinha - RS; 001/03, do Vereador Mário Cezar Martins Garcia, Presidente da Câmara Municipal de Pinheiro Machado – RS; 002/03, do Vereador Marcos Antônio Beuren, Presidente da Câmara Municipal de Poço das Antas – RS; 004/03, do Vereador Arcênio Stanislau Maldaner, Presidente da Câmara Municipal de Mato Leitão – RS. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, que discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03, o qual visa a regulamentar o horário de funcionamento do comércio aos domingos em Porto Alegre, analisando os potenciais efeitos que a abertura dos estabelecimentos comerciais nesses dias acarretará para a economia local, especialmente no que tange ao comércio de pequeno porte. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Luiz Braz, Juarez Pinheiro, Cassiá Carpes, Raul Carrion, Haroldo de Souza, Carlos Alberto Garcia e Beto Moesch manifestaram-se sobre o tema tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Esther Machado, Presidenta do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul – SINDEC – RS. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n° 041/92, 133/01, 227 e 245/02, 004 e 008/03, este discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Zé Valdir, Raul Carrion e Luiz Braz, os Projetos de Resolução n°s 016 e 029/02, 004, 005, 008 e 002/03, este discutido pela Vereadora Maria Celeste, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 007/02, os Projetos de Lei do Executivo n°s 003, 004 e 005/03; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo n°s 006/01 e 020/02, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 038, 214 e 228/02, o Projeto de Resolução n° 112/02, os Projetos de Lei do Executivo n°s 077 e 078/02. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03 (Processo n° 0455/03), de autoria dos Vereadores Juarez Pinheiro e Estilac Xavier, que dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados, externando seu posicionamento pessoal sobre a matéria e abordando dados relativos às opiniões exaradas pelos autores do referido projeto ao longo do período em que o tema foi debatido neste Legislativo, especialmente durante o ano dois mil e dois. O Vereador Sebastião Melo salientou a importância de que o debate acerca do Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03 seja aprofundado nesta Casa. Também, referiu-se a notícias publicadas na imprensa no dia de ontem, acerca da aprovação, por parte do Conselho Deliberativo do Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE, de proposta que prevê o aumento das tarifas de fornecimento de água potável, externando sua contrariedade a essa medida, bem como aos aumentos verificados no Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. O Vereador Raul Carrion teceu considerações sobre os Projetos de Resolução n°s 112/02, 004 e 005/03, todos de autoria de Sua Excelência e que se encontram tramitando no período de Pauta, os quais, respectivamente, destina Sessão Solene alusiva à comemoração da Semana da Consciência Negra e concedem o Prêmio Quilombo dos Palmares aos Senhores Paulo Renato Paim, na modalidade atuação política e social, e ao Senhor Gilberto Amaro do Nascimento, na modalidade atuação artística e cultural. Na ocasião, foi apregoada a Emenda n° 02, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL, ao Projeto de Lei do Executivo n° 024/02 (Processo n° 1238/02). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes manifestou-se sobre o Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03, de autoria dos Vereadores Juarez Pinheiro e Estilac Xavier, que dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados, mencionando a existência de ações judiciais em tramitação que versam sobre o tema e propugnando por um amplo debate sobre a matéria, envolvendo este Legislativo e as entidades representativas dos comerciantes e dos comerciários. O Vereador Wilton Araújo discursou sobre a aprovação de proposta que prevê o aumento da tarifa de fornecimento de água potável por parte do Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE, lamentando a impossibilidade de ingerência deste Legislativo quanto ao aumento de taxas e tarifas praticadas pelo Poder Público Municipal em relação aos serviços por ele prestados e avaliando o potencial impacto a ser causado por esse aumento na economia dos cidadãos porto-alegrenses. O Vereador Reginaldo Pujol reportou-se à proposta de aumento dos valores praticados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE - a título de tarifa pelo fornecimento de água potável no Município de Porto Alegre, afirmando que o percentual de aumento pretendido, que fica em torno de trinta por cento, trará dificuldades especialmente para as camadas mais carentes da população. Também, referiu-se ao atraso verificado na execução de obras públicas municipais situadas em diversos pontos da Cidade. O Vereador Luiz Braz, ao dissertar sobre a proposta de aumento das tarifas praticadas pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE – pelo fornecimento de água potável na Cidade, informou que apresentará Projeto de Lei Complementar com o objetivo de revogar o artigo 2º da Lei Complementar Municipal nº 250/91, no intuito de elidir a responsabilidade da Câmara Municipal de Porto Alegre no que tange aos aumentos praticados pelo Executivo Municipal com relação às tarifas de fornecimento de água. Na oportunidade, foi apregoada a Emenda n° 01, de autoria do Vereador Wilton Araújo, Líder da Bancada do PPS, ao Projeto de Resolução n° 076/02 (Processo n° 2028/02). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Carlos Nedel relatou visita realizada por Vereadores integrantes da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, juntamente com o Senhor Guilherme Barbosa, Secretário Municipal de Obras e Viação, a obras municipais que se encontram com sua execução atrasada. Também, mencionou atrasos em outras obras realizadas pelo Município de Porto Alegre, externando sua preocupação com os prejuízos que esses fatos estão acarretando à população. O Vereador Marcelo Danéris registrou o posicionamento da Bancada do PT neste Legislativo, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03 (Processo n° 0455/03), de autoria dos Vereadores Juarez Pinheiro e Estilac Xavier, que dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados. Ainda, justificou a proposta de reajuste das tarifas de fornecimento de água potável na Cidade e os atrasos verificados em obras públicas de responsabilidade do Executivo Municipal. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 033/01, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Marcelo Danéris e Reginaldo Pujol, tendo o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Pedro Américo Leal e Marcelo Danéris, prestado esclarecimentos sobre a matéria. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou que o Projeto de Lei do Legislativo n° 250/01 (Processo nº 3686/01) fosse retirado da Ordem do Dia, nos termos do artigo 19, II, “g”, do Regimento. Também, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Wilton Araújo, solicitando que a Emenda n° 01, aposta ao Projeto de Resolução n° 076/02 (Processo n° 2028/02), fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução n° 076/02, com ressalva da Emenda n° 01 a ele aposta, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Beto Moesch, Wilton Araújo e Reginaldo Pujol, tendo o Senhor Presidente, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Juarez Pinheiro, prestado esclarecimentos sobre a tramitação da matéria. Após, foi aprovada a Emenda n° 01, aposta ao Projeto de Resolução n° 076/02. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 024/02, com ressalva das Emendas a ele apostas, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. Após, foram aprovadas as Emendas n°s 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Executivo n° 024/02. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 102/01, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Cassiá Carpes. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 268/01, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Marcelo Danéris. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 123/02, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Marcelo Danéris. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 167/02. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução n°s 098 e 099/02. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Zé Valdir, solicitando a retirada de tramitação do Requerimento n° 021/03 (Processo n° 0796/03 – Moção de Solidariedade aos Conselheiros, Delegados e Cidadãos do Orçamento Participativo alijados do processo pelo atual Governo Estadual), após ser encaminhado à votação pelo Vereador Cassiá Carpes. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Wilton Araújo, solicitando a retirada de tramitação do Requerimento n° 028/03 (Processo n° 0846/03 – Moção de Repúdio ao ato arbitrário do Ministério da Saúde, de liberação dos preços de medicamentos vendidos sem prescrição médica). Foi aprovado o Requerimento n° 024/03 (Processo n° 0824/03 – Grande Expediente destinado a assinalar o transcurso dos noventa anos do Esporte Clube São José), de autoria do Vereador Zé Valdir. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Vereador Juarez Pinheiro defendeu as disposições constantes no Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03 (Processo n° 0455/03), de autoria de Sua Excelência e do Vereador Estilac Xavier, que dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados, criticando decisão liminar prolatada no ano dois mil e dois pelo Desembargador Clarindo Favreto, que suspendeu a eficácia da Lei Municipal n° 7.109/92, que regulamenta a questão. O Vereador Zé Valdir manifestou-se sobre o teor do Requerimento n° 021/03 (Processo n° 0796/03), retirado de tramitação a pedido de Sua Excelência, o qual solicitava Moção de Solidariedade aos Conselheiros, Delegados e Cidadãos do Orçamento Participativo alijados do processo pelo atual Governo Estadual, reportando-se à decisão tomada pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, no sentido de não implementar nacionalmente o Programa de Orçamento Participativo. O Vereador Cláudio Sebenelo referiu-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Zé Valdir em Explicação Pessoal, analisando a estrutura e o funcionamento do Programa de Orçamento Participativo e fazendo uma comparação entre esse programa e a atuação dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento – COREDES. Também, elogiou ações políticas adotadas pelo atual Governo do Estado do Rio Grande do Sul, no sentido de implementar escolas de funcionamento em tempo integral. O Vereador Marcelo Danéris contraditou o pronunciamento efetuado pelo Vereador Cláudio Sebenelo, afirmando que os Conselhos Regionais de Desenvolvimento – COREDES – sempre participaram das deliberações do Programa de Orçamento Participativo. Ainda, discorreu sobre decisão adotada pela Secretaria Estadual de Educação durante o governo do Senhor Olívio Dutra, no sentido de assumir a direção pedagógica do Colégio Tiradentes e manifestou-se sobre o modo como o atual Governo do Estado lida com a democracia participativa. O Vereador Darci Campani mencionou dados atinentes ao pedido de renúncia, por parte do Deputado Federal Pinheiro Landim, ao seu mandato na Câmara dos Deputados. Também, teceu considerações sobre as decisões tomadas pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, acerca da nomeação da direção e do estabelecimento de diretrizes de funcionamento da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS, criticando as atitudes tomadas pelo Senhor Governador do Estado do Rio Grande do Sul a respeito do assunto. Às dezessete horas e quarenta e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Comunicação da Ver.ª Margarete Moraes (Lê.) “Dirijo-me a V. Ex.ª para comunicar-lhe, assim como aos meus pares nesta Egrégia Câmara Municipal, que, no dia 28 do mês em curso, deixo o cargo de Secretária Municipal de Cultura, reassumindo o meu mandato nessa Casa no dia 1.º de março próximo vindouro”.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, está com a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.

Após, conceder-lhe-ei uma cópia do expediente do Sr. Prefeito dizendo que a Tribuna Popular pode ser exercida na Praça Montevidéu.

 

O SR. PEDRO AURÉLIO LLANOS ZABALETA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, senhores empresários, colegas de associações de pequenos empresários da cidade de Porto Alegre, senhoras e senhores presentes, a Associação Empresarial Nova Azenha vem novamente a esta tribuna manifestar-se a respeito do assunto regulamentação do comércio aos domingos na cidade de Porto Alegre.

Vimos, nesta ocasião, manifestar apoio e solicitar apoio ao Projeto de Lei do Ver. Juarez Pinheiro e do Dep. Estilac Xavier, que objetiva regulamentar o horário para o funcionamento do comércio nesta Capital.

Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que a nossa entidade, que sempre se manifestou contrária à liberalidade de funcionamento do comércio aos domingos, não mudou sua posição; continuamos interessados em preservar o raciocínio que motivou e que fez funcionar durante um bom tempo a Lei Municipal n.º 7.109/92. Também é importante, é fundamental esclarecer que não nos move intuito ou entendimento diferente daquele que pauta a ação do SINDEC, Sindicato dos Comerciários desta Capital. Se não temos esse sentimento diferente, por que vimos manifestar apoio a esse Projeto de Lei, que hoje busca regulamentar o horário de funcionamento do comércio aos domingos? Esse fato se dá em face de que estamos, os pequenos comércios da Capital, em uma situação insustentável. A Lei n.º 7.109 foi derrubada, inviabilizada por uma liminar expedida no ano 2002. Esse fato gerou, em vez de liberdade, desregulamentação; em vez de liberdade, acelerou, potencializou o efeito do poder econômico dos grandes empreendimentos na Capital. Quando se propôs e se obteve a liminar, dizia-se que o objetivo era reavivar a atividade econômica na Cidade e gerar novos empregos. Em vez disso, obtivemos a potencialização da concentração econômica e um efeito destrutivo, do tipo dominó, nos pequenos comércios e nas suas cadeias de abastecimento.

Hoje o jornal Correio do Povo destaca, em sua página de Economia: “Desemprego aumenta na Capital”. Esta matéria é baseada em dados do CEAD – São Paulo; Fundação de Economia Estatística - Rio Grande do Sul; e DIEESE - entidades reconhecidas por sua capacidade técnica e isenção. Se os motivos que determinaram a liminar não sustentam os objetivos dela, e estamos num impasse jurídico, que pode-se estender, segundo pessoas que conhecem essas situações, por dois, três ou talvez quatro anos, o que nos move hoje é buscar algum tipo de regulamentação que limite o poder de fogo dos grandes empreendimentos, que está inviabilizando o pequeno comércio. E, quando queremos preservar o pequeno comércio, nós queremos, por extensão, preservar o emprego que é ofertado, na sua grande maioria, pelos pequenos empreendimentos. No mundo moderno, é a pequena empresa que oferece a maior quantidade de empregos, porque a grande empresa automatiza e se livra do custo e das limitações humanas da mão-de-obra. A grande empresa, em todo o mundo, cada vez oferece menos empregos. A responsabilidade do emprego recai sempre mais sobre a pequena empresa. Se a pequena empresa é atingida, perdem-se postos de trabalho. Perdendo-se postos de trabalho, perde-se renda, e, quando se diminui a renda, elimina-se o mercado. Não estamos aqui apenas pretendendo ter reserva de mercado para a pequena empresa. Não. Estamos pretendendo defender o mercado, que é quem sustenta todo o qualquer tipo de economia, a grande, a média e a pequena, e, inclusive, essa situação hoje potencializa a informalidade. Estamos em um processo que cada vez mais empurra o pequeno empreendimento para a informalidade. E a informalidade também é nociva para a economia; ela desestabiliza todo o retorno que a economia deve dar à sociedade em termos de impostos e de organização do Estado.

Senhores, essa pesquisa a que me referi, que foi divulgada recentemente, diz que a ocupação no comércio na Capital de Porto Alegre diminuiu em 2,2% no ano de 2002, ano em que os grandes empreendimentos do comércio abriram praticamente todos os domingos a partir do mês de setembro. Essa pesquisa diz também que hoje o comércio de Porto Alegre paga o menor valor médio de salário desde o ano de 1993 - regredimos 10 anos em termos de distribuição de renda no comércio. A situação do pequeno comércio é insustentável. Algo tem de ser feito.

Em outras ocasiões, nesta Casa, se disse que esse problema era por demais controverso para ser decidido por ação da Câmara de Vereadores. Senhores, não há outra solução. Quando o embate entre as forças sociais e econômicas é de tal ordem que não se alcança solução, a liberdade que é dada hoje ao poder econômico não é liberdade; ela escraviza parte da economia e escraviza o trabalhador. Quando se tem esse tipo de situação, a lei é libertadora, só a lei, com a sua capacidade de regulação dos interesses controversos, pode estabelecer uma situação que preserve a melhor quantidade de interesses possível, a melhor solução possível para a sociedade.

Queremos, dentro deste debate, preservar o interesse da economia no sentido de ampliação da atividade econômica, de ampliação de oferta de empregos, de ampliação da renda e distribuição da renda. Espero, nesta manifestação, ter conseguido esclarecer que não mudamos de opinião, apenas estamos acuados por uma situação jurídica. Sempre tivemos oportunidade, nesta Casa, de manifestar as nossas opiniões e participar do debate. Quero ressaltar que na última vez, na última ocasião em que aqui estivemos, fizemos uma provocação, tivemos a ousadia de fazer uma saudável provocação. Dissemos que a situação jurídica que havia sido criada desconstituiu este Poder. Nosso objetivo não era outro senão o de tentar obter entendimento para a nossa causa, que é a causa da economia, que é a causa da sociedade. Srs. Vereadores, precisamos fazer este debate num nível mais amplo ainda do que já foi feito até hoje. Os interesses são de tal ordem controversos que já não estamos conseguindo colocá-los todos numa única solução, que é regular o funcionamento do horário do comércio aos domingos. É necessário que se abra uma frente de debates ainda mais ampla e ousada; é necessário que se busquem mecanismos que preservem a atividade da pequena empresa, no sentido de restringir o poder predatório do grande empreendimento.

Precisamos, a partir dessa situação, reabrir todo este debate.

O tempo é muito exíguo, eu espero ter podido justificar a nossa posição; ela é muito clara, muito consciente e entendemos que é também corajosa, em função do histórico das situações que nos trouxeram até esta data.

Por favor, leiam atentamente este Projeto de Lei, ele tem uma Exposição de Motivos que nós não tínhamos visto em outras matérias que tentavam regular este assunto. Muito obrigado. Um bom trabalho a todos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Obrigado, Presidente Zabaleta, convido V. Ex.ª para sentar à mesa. O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento. Passo a presidência dos trabalhos ao Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Quero saudar o Sr. Pedro Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha. Eu sei do trabalho que o senhor faz, no sentido de favorecer, de alguma forma, a pequena empresa; eu sei do trabalho magnífico que foi feito por intermédio do Ver. Juarez Pinheiro e do agora Dep. Estilac Xavier para montar uma Exposição de Motivos à altura de um Projeto dessa importância. Mas acredito que os senhores, de qualquer forma, não tocam na situação mais importante dessa disputa que está sendo feita já há algum tempo em Porto Alegre. Com tudo isso que está sendo feito, com todo o Projeto que está aqui, nós não conseguimos restituir para o comerciário aquele prêmio que ele algum dia recebeu para poder trabalhar aos domingos. Acredito que se existe alguma injustiça nesse processo todo, ela pode estar sendo praticada com o pequeno empresário, praticada de vários modos, mas de forma mais atroz ela é praticada contra o comerciário que é obrigado a trabalhar sem ganhar absolutamente nada a mais. Este Projeto nem poderia tocar neste assunto, e não toca. Então, não adianta aprovarmos este ou outro Projeto, na minha opinião, a não ser o Projeto que está sendo discutido na Justiça, o que não permite a abertura do comércio aos domingos enquanto não se resolve esse problema. É permitida a abertura dos supermercados? É permitida, eles pagam um prêmio. É permitida em outras atividades comerciais? Também sim, porque eles pagam prêmio para os seus empregados. O Sindicato do Comércio não quer pagar o prêmio para os comerciários. Essa é a questão de fundo; se não conseguirmos enfrentar esse problema, não adianta resolvermos nenhum outro, porque a questão continuará a mesma. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, caríssimo Sr. Pedro Zabaleta, que representa, aqui, a Associação Nova Azenha, telespectadores, este é um debate para fazermos de espírito aberto, não é um debate emocional, é um Projeto que trata da Cidade, de modelo econômico, eu acredito que o próprio Ver. Luiz Braz que se manifestou ainda não tenha nem lido o Projeto, não sei se teve tempo. É um longo Projeto, tem mais de 19 folhas de Exposição de Motivos, tenho a certeza de que quando o Ver. Luiz Braz realmente ler as razões ele poderá alterar essa posição inicial, que é a posição do senso comum. Não estamos tratando de um projeto, no caso, de funcionamento do comércio, para defender uma ou outra categoria, estamos pensando num projeto para a Cidade, um modelo econômico que possa preservar a existência de pequenos, micros, médios comerciantes, que possa ter um mercado econômico diversificado, plural, que contemple todas as forças econômicas e que determine uma obrigação desta Câmara de Vereadores, que ela intervenha e exercite uma competência que é sua e que de forma ilegítima lhe foi retirada pela decisão liminar do Poder Judiciário.

Chamo a atenção dos Srs. Vereadores e das Sr.as Vereadoras, Sr. Presidente, que a decisão hoje do Tribunal de Justiça, decisão liminar, não é decisão de mérito, para que seja alterada mediante recurso extraordinário. Junto ao Supremo Tribunal Federal, levará, no mínimo, pelas atuais instâncias de funcionamento do Supremo, três anos, e os pequenos e os microempreendedores desta Cidade estão em situação absolutamente caótica, de grande risco de falência de centenas deles, e esses empresários possuem, na sua atividade, 68,4% dos postos de trabalho.

Queremos também reforçar que os senhores trabalhadores comerciários estão hoje, na verdade, fazendo jornadas acima de 12 horas de trabalho nos supermercados, das 9h até as 22h. E nós vamos deixar que esses trabalhadores permaneçam fazendo essas jornadas, algumas vezes, inclusive sequer recebendo remuneração ou vamos ter interferência naquilo que é de competência deste Legislativo?

Chamo a atenção para o fato de que a quebradeira do pequeno e do microempresário significa a concentração do mercado desta Cidade em duas ou três grandes redes, com isso encarecendo o preço dos consumidores.

Queremos, portanto, um Projeto plural, diversificado, com todos participando da vida econômica da Cidade e minorando aqueles que geram os empregos e na sua maior parte, ou seja, 68,4%. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença da Sr.ª Esther Machado, Presidenta do Sindicato dos Empregados do Comércio.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente em exercício, Ver. Elói Guimarães, Sr. Pedro Aurélio Zabaleta, nós estamos perplexos, o PT entrou com este Projeto? Nós entendemos que sim, esta Casa deve ter as prerrogativas da sociedade aqui representada, em muitas coisas perdemos o poder. Mas eu fico perplexo que um Vereador que agora é Deputado, “no apagar das luzes”, entra com um Projeto sem discussão nesta Casa. Mudar o quê? Eu ouvi o Vereador dizer: “Ler o Projeto”. Há uma explicativa sobre toda essa problemática, mas na realidade é a abertura do comércio aos domingos, que não havia antes, que o PT, com uma Bancada total, era do lado do trabalhador, agora está contra o trabalhador? O que existe por trás de tudo isso aí? Eu quero até solicitar à Comissão da qual sou Presidente, do Consumidor, que nós possamos, aí, sim, discutir nesta Casa, amplamente, porque da maneira que está chegando aqui, alguém mudou. Algum Partido mudou. Isso causa um constrangimento enorme, portanto, não sei se é o consenso, mas aqui nesta Casa o PT mudou muito. Estava do lado do trabalhador, agora está contra o trabalhador. O que se pode dizer é que nós estamos perplexos, não que nós não queiramos a abertura do comércio, mas nós queremos mais debate, simplesmente, puro assim, porque antes era assim, alguém era contra, outro a favor. Agora, o que houve? Qual foi a mudança? Então, nós queremos discutir nesta Casa, sim, que esta Casa tenha a prerrogativa de exercitar a sua força como Legislativo, na Lei Municipal, mas até antes diziam que nós não tínhamos este poder. Agora o PT muda, está do outro lado, portanto, estou perplexo. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do artigo 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao amigo Pedro Zabaleta da ANA; também cumprimentamos a Presidenta do SINDEC que se faz presente Esther Machado, queríamos dizer que compartimos dessa preocupação da ANA, com o verdadeiro desespero em que se encontram os comerciários, os pequenos comerciantes, os médios comerciantes, fruto de uma liminar de uma Turma do Tribunal Estadual de Justiça que eu considero - e tenho falado aqui - inconstitucional, totalmente ferindo o pensamento jurídico; uma liminar contra uma outra decisão do mesmo Tribunal transitada em julgado. Nós consideramos um verdadeiro absurdo e entendemos o desespero dos pequenos comerciantes e dos comerciários. Mas também entendemos a intenção do Ver. Juarez Pinheiro, do atual Deputado Estilac Xavier, que têm uma intenção louvável, que é colocar um limite à barbaridade da abertura do comércio todos os domingos. Mas nós já manifestamos ao Vereador, manifestamos à ANA que nós entendemos que o caminho seguido é equivocado, porque, na verdade, reforça a interpretação do Tribunal, no sentido de que só nos cabe decidir sobre horário. Então, se o Tribunal diz isso, vamos legislar sobre o horário, mas vamos aceitar a abertura aos domingos. Acho que é equivocado; acho que, neste momento, a prioridade é outra. Primeiro, temos que fazer um recurso ao Supremo Tribunal Federal, porque o artigo 30, inciso I é claro, é prerrogativa do Município e, portanto, prerrogativa da Câmara decidir sobre assuntos de interesse local. Segundo, temos uma PEC para ser votada na Assembléia Legislativa, que dirime qualquer dúvida ao tornar explícito, na Constituição do Rio Grande do Sul, que cabe ao Município tratar tanto do horário como do dia de funcionamento. Essa PEC já foi votada no primeiro turno, será votada no segundo e, certamente, o Dep. Estilac Xavier votará a favor. Portanto, se, antes dessa votação, entregarmos os pontos, estaremos enfraquecendo a luta pela PEC. Em terceiro lugar, já existe uma deliberação da Confederação Nacional dos Empregados no Comércio, da Federação Estadual do Rio Grande do Sul e de todas as federações, de um grande abaixo-assinado nacional, que será enviado ao Presidente Lula, para pedir uma medida provisória que anule o artigo 6.º da Lei n.º 10.101, Lei esta feita em cima de uma Medida Provisória do então Presidente Fernando Henrique, príncipe dos neoliberais, que, através dessa Medida Provisória, depois transformada em Lei, autorizou a abertura.

Então, a Bancada do PC do B manifesta que, neste sentido, a sua prioridade, a PEC na Assembléia, da Deputada Jussara Cony, é a grande campanha por uma medida provisória do nosso Presidente da República, e um recurso em nível federal, porque é uma questão constitucional que o Supremo Tribunal Federal deve manifestar-se. Essa é a nossa opinião; portanto, entendemos que não é oportuno esse Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Faço uma pergunta ao Sr. Pedro Aurélio Zabaleta: o senhor é a favor da abertura do comércio aos domingos? A Casa é aberta, é do povo; o senhor pode responder.

 

O SR. PEDRO AURÉLIO LLANOS ZABALETA: Vereador, eu tentei expor isso na minha manifestação.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: É que eu não consegui entender. Sigo perguntando: o senhor é a favor ou não à abertura do comércio aos domingos?

 

O SR. PEDRO AURÉLIO LLANOS ZABALETA: Não.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Então, não vejo motivos para que entre Projeto dessa natureza aqui. Quando apresentei o Projeto de abertura do comércio aos domingos, ano passado, e viajei para a Copa do Mundo, fui bombardeado, nesta Casa, em função de que estava prejudicando os comerciários.

Eu já entendi todas as explicações que foram feitas, inclusive, pelo senhor Pedro Aurélio Zabaleta, que é Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, pelos pequenos comerciantes. Entendi o apelo do próprio Sindicato.

Voto contra todo e qualquer Projeto que entre nesta Casa para a abertura do comércio aos domingos, até que seja julgado esse Processo que está na Justiça. O resto, eu estou entendendo e não estou mais entendendo, que o Ver. Juarez Pinheiro e o Ver. Estilac Xavier, que foram tão contrários, tão veementemente contrários à abertura do comércio aos domingos, jogando-me contra a classe dos comerciários e, agora, vêm apresentar um Projeto nesta Casa para mexer outra vez com esse negócio de abertura do comércio aos domingos. Tenham a santa paciência e um pouquinho de respeito também com as pessoas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr. Pedro Aurélio Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, o senhor e o Sindicato sabem a posição do PSB, a nossa posição contrária à abertura do comércio aos domingos. Mas quanto ao Projeto temos dúvidas. Estamos estudando, temos algumas interrogações, entendemos a intencionalidade; mas, ao mesmo tempo, esse mascaramento pode legitimar um processo que está tramitando na Justiça.

Nós não queremos ser signatários dessa forma. Queremos, sim, discutir e vamos aprimorar e aperfeiçoar essa discussão aqui na Casa. Mas, volto a insistir, na ânsia e na boa intencionalidade podemos estar legitimando algo a que fomos contrários. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Beto Moesch está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BETO MOESCH: Pelo Partido Progressista Brasileiro, Sr. Presidente, saudamos o Sr. Pedro Aurélio Llanos Zabaleta e queremos parabenizar o trabalho feito pela sua Associação e pelo Sindicato dos Comerciários, que sempre estão presentes e pautando de forma contumaz esse assunto, que é de fundamental importância para a cidade de Porto Alegre.

Mas queremos aqui concordar e respaldar as posições do Ver. Carlos Alberto Garcia, do Ver. Cassiá Carpes e do Ver. Haroldo de Souza, porque agora os Vereadores Juarez Pinheiro e Estilac Xavier, sempre tão contrários à abertura do comércio aos domingos, buscam, justamente, legitimar, de uma vez por todas, a abertura do comércio aos domingos. Há um tremendo contra-senso aí, porque aqueles que votavam a favor eram profundamente criticados, e agora nos surge o Projeto que busca, justamente, disciplinar, regulamentar e autorizar essa abertura.

Agora, o que nos chama atenção é justamente, pela Exposição de Motivos, buscar e proteger os micros e pequenos empresários. Só que o grande problema - e nós já dissemos aqui várias vezes -, o grande problema dos pequenos e microempresários na cidade de Porto Alegre é que eles têm que concorrer com os shopping centers ao lado de suas portas, porque o Executivo que aí está oportunizou a abertura do comércio na áreas centrais e nos bairros da cidade de Porto Alegre, ao contrário de cidades mais desenvolvidas, onde os shopping centers são apenas permitidos nas zonas periféricas. Então, aí está o grande problema. Então, não venham aqui colocar algo que, na realidade, o culpado é quem está hoje no poder, que viabilizou os grandes ao lado dos pequenos e microempresários. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradecemos a presença do Sr. Pedro Aurélio Llanos Zabaleta, Presidente da Associação Empresarial Nova Azenha, que trouxe aqui o pensamento da entidade a respeito do Projeto já aludido de regulamentação do comércio aos domingos. Evidentemente, se trata de uma matéria que vai despertar um grande interesse e um grande debate, por certo outras entidades virão a esta Casa para trazer as suas contribuições.

Então, receba Sr. Pedro Aurélio Llanos Zabaleta a nossa saudação e quero dizer, e nem precisaria dizer, que esta Casa é a Casa do Povo e aberta às discussões que busquem o aperfeiçoamento, o desenvolvimento da nossa Cidade. Cumprimento V. Ex.ª.

 

O SR. PEDRO AURÉLIO LLANOS ZABALETA: Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2158/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Flávio de Oliveira Ramos um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 0158/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 029/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva ao Senhor José Edson Gobbi Otto.

 

PROC. 3642/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 007/02, que altera o inc. V e a alínea “a” do inc. VI do art. 21 da Lei Complementar nº 7, de 07 dezembro de 1973, e alterações, para adequá-lo às disposições contidas na Emenda Constitucional nº 37/2002, relativas à alíquota mínima para o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

 

PROC. 0002/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à THEMIS.

 

PROC. 0004/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio Quilombo dos Palmares ao Senhor Paulo Renato Paim, na modalidade atuação política e social.

 

PROC. 0005/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio Quilombo dos Palmares ao Senhor Gilberto Amaro do Nascimento, na modalidade atuação artística e cultural.

 

PROC. 0725/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/92, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que altera as Leis n.os 6.431, de 03 de agosto de 1989, e 6.998, de 10 de janeiro de 1992. (Passagem Escolar)

 

PROC. 0026/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Doutor Paulo Brossard de Souza Pinto.

 

PROC. 3522/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 227/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Iara Mendonça.

 

PROC. 3833/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 245/02, de autoria do Ver. Ervino Besson, que obriga os estabelecimentos comerciais, similares e ambulantes que venderem bebidas em latas a afixar cartazes contra a propagação da leptospirose.

 

PROC. 0208/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que autoriza a inclusão da programação da promoção denominada Convenção GF de Fitness e Atividades Físicas no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. 0384/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” à Banda Chimarruts.

 

PROC. 0455/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/03, de autoria dos Ver.os Juarez Pinheiro e Estilac Xavier, que dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados.

 

PROC. 0592/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/03, que revoga a Lei 4.311, de 23 de agosto de 1977 e a Lei 6.642, de 17 de julho de 1990.

 

PROC. 0601/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/03, que suprime o § 1º do art. 145 da Lei Complementar 395, de 24 de abril de 1997.

 

PROC. 0602/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/03, que dá nova redação ao art. 1º da Lei 4.177, de 04 de outubro de 1976, que desmembra parte da Rua Bazílio Pellin Filho.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1420/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que isenta os estudantes do Ensino Fundamental e Médio do pagamento da tarifa do transporte coletivo, por ônibus, no Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 1085/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que institui o “Disque-Denúncia de Maus-Tratos aos Animais”.

 

PROC. 3355/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 214/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que declara de utilidade pública a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga.

 

PROC. 3492/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 112/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que destina Sessão Solene alusiva à comemoração da Semana da Consciência Negra.

 

PROC. 3533/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a Lei Complementar nº 07, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município.

 

PROC. 3544/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 228/02, de autoria dos Ver.os João Bosco Vaz e Valdir Caetano, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Emídio Perondi.

 

PROC. 3652/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 077/02, que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público municipal e sua alienação a Luiz Otávio Bueno Dias Vieira, Geraldo Pinto Rodrigues da Fonseca e Ediba S/A de imóvel próprio municipal localizado no Loteamento Santos Neto, destinado a passagem de pedestres número 06, entre as ruas Regente e Desembargador Alves Nogueira, independentemente de licitação, e dá outras providências.

 

PROC. 3653/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 078/02, que autoriza a permuta entre um imóvel próprio municipal e quatro imóveis de propriedade de Maiojama Participações Ltda.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, saúdo também os pequenos e microempresários que hoje nos honram com a sua presença. Eu falei, em nome da Bancada do PT, com muita tranqüilidade. Nós estamos fazendo essa proposta com absoluta clareza. Eu até estranhei o meu amigo Vereador, Líder do PTB, Cassiá Carpes, que requer debate, mas debate é justamente o que nós estamos fazendo. Tenho certeza de que quando o Vereador se apropriar da matéria, que é uma matéria complexa, ele vai elaborar a sua intervenção de uma forma mais clara.

Ver. Cláudio Sebenelo, o homem público não pode apenas buscar projetos que agradem setores de forma corporativa. Nós temos uma obrigação com a Cidade. Este Projeto não é para uma categoria, não é para um setor da sociedade; é um Projeto para a Cidade, é um Projeto econômico. Nós estamos decidindo aqui, Ver. Dr. Goulart, se nós queremos uma cidade com um mercado econômico concentrado e excludente na mão de duas ou três grandes redes, ou se queremos um mercado econômico plural, onde tenha lugar o micro, o médio, o grande, em que o consumidor não seja punido pela irresponsabilidade, seja do Poder Judiciário, seja do Poder Legislativo, um mercado a que todos os agentes econômicos tenham acesso.

Quero chamar a atenção de V. Ex.ª, Ver. Luiz Braz, que é membro da Comissão de Constituição e Justiça, para fazer um registro: a Bancada do PT, e nós, somos defensores desde o sábado inglês, que era para não trabalhar nos sábados. V. Ex.ª, na época, já era Vereador, e eu era assessor na Assembléia Legislativa e contribuinte de um jornal do Sindicato dos Comerciários, para evitar que os trabalhadores comerciários trabalhassem nos sábados à tarde. Mas a realidade que temos hoje, mercê de uma decisão liminar equivocada - e eu faço esta análise em nove páginas, Ver. João Bosco Vaz, nas razões do Projeto, onde demonstro que a liminar concedida pelo Desembargador Clarindo Favretto é absurda, sob o ponto de vista jurídico, e ela gera conseqüências econômicas na Cidade. A primeira delas é o setor desses senhores que hoje, para virem à Câmara de Vereadores, tiveram de largar as suas quitandas, os seus pequenos comércios...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nobre Ver. Juarez Pinheiro, sem pretender interromper V. Ex.ª, nós estamos no período de Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Estou falando no Projeto do comércio. V. Ex.ª não prestou atenção, devia estar falando com a assessoria. Estou falando sobre as razões do comércio. V. Ex.ª se equivocou e peço que reponha o tempo que me retirou, inclusive.

Estamos neste momento defendendo os interesses de uma categoria, dos micros e pequenos comerciantes. Os senhores sabem qual é o percentual de empregos que esse setor gera no comércio? Sessenta e oito vírgula quatro por cento dos postos de trabalho estão nos pequenos e nos micros comércios. Então, não ajudarmos uma categoria, que tinha o seu melhor dia de vendas no domingo, e que essa decisão desastrosa do Desembargador Clarindo retirou, fazendo com que haja um deslocamento de consumo do pequeno, do médio, do micro, para o grande comércio leva centenas de empresas a ficarem em situação de risco.

De outra parte, quebrar o pequeno, Ver.ª Berna Menezes, significa quebrar uma rara cadeia plural, diversificada, porque o pequeno compra do representante comercial, que, por sua vez, compra do pequeno atacadista, que, por sua vez, compra de um atacadista maior. Quebrar a ponta do sistema é gerar desemprego em escala. Já o grande empreendimento tem uma cadeia muito mais simples, ele compra direto do grande produtor. E tem mais, Ver.ª Berna Menezes, nós temos de sair do senso comum.

Ver. Cassiá Carpes, debate é o que nós estamos fazendo, e queria que V. Ex.ª tivesse escutado, inclusive, porque o assunto está na Pauta para debater. Eu não entendi a intervenção de V. Ex.ª, e tenho certeza de que V. Ex.ª vai debater o Projeto. Quero-lhe dizer, Ver. Cassiá Carpes, que hoje os comerciários que V. Ex.ª sempre defendeu em toda a sua trajetória política, estão tendo jornada de trabalho de 12 horas, das 9h às 22h, e perguntem para os caixas de supermercados, pois sei que todos vão a shopping e a supermercados, para saber o que eles acham do Projeto, o que os trabalhadores acham. Eles estão pedindo a intervenção do Poder Público, porque o Projeto estabelece o que é possível, e essa liminar, Ver. Cassiá Carpes, para ser alterada - estou falando um pouco alto, porque me emociona o tema, quero ser absolutamente respeitoso, porque V. Ex.ª. é um defensor dos direitos dos trabalhadores - demorará três anos num recurso extraordinário junto ao Supremo Tribunal Federal, e esta Câmara de Vereadores, Ver. Luiz Braz, vai esperar três anos pela falência dos pequenos e dos micros? Vai deixar os trabalhadores trabalhando jornadas de 12 horas? Ou vai ter intervenção? Ou vai resgatar a sua competência legislativa que consta da Lei Orgânica e da própria Constituição Federal, art. 30, inciso I?

Para concluir, eu quero dizer que aceito as críticas iniciais do debate, pois é um debate para quem não adentrou no mesmo, Ver. Cassiá Carpes, porque é um Projeto que equilibra; ele está pensando no trabalhador, porque não pensar é não fazer nada. Ficarmos inertes, não fazermos nada é ficarmos três anos com os trabalhadores trabalhando 12 horas por dia, e sei que V. Ex.ª não concorda com isso. Eu sou Bacharel em Direito e quero dizer que um recurso extraordinário demora três anos para ser apreciado e ainda não há nem acórdão do Tribunal de Justiça, nem foi feito recurso, e, feito o recurso, demora mais dois anos.

Agradeço, Sr. Presidente. Sei que V. Ex.ª foi benevolente. Recebo todas as críticas; estou muito tranqüilo, estou do lado dos trabalhadores, onde sempre estive; estou do lado dos pequenos e dos micros; estou do lado daqueles que geram empregos e não estou excluindo os grandes comerciantes, que também são agentes econômicos e têm de ter o seu espaço. Queremos decidir nesse debate se nós vamos ter uma cidade com um mercado econômico concentrado, excludente, que não respeita os trabalhadores, ou se vamos ter uma cidade plural, diversificada, que possibilite que o pequeno, o micro, o médio, o grande, que os consumidores não tenham preços altos e que os trabalhadores não tenham jornadas de 12 horas. Essa é a decisão, mas fazermos isso com tranqüilidade, Ver. João Bosco Vaz. Recebi as suas manifestações, sem emocionalidades, com seriedade e buscando resgatar a competência desse modelo. Obrigado, Sr. Presidente e comprometo-me a, na minha próxima intervenção, diminuir um minuto e meio do meu tempo em compensação a essa possibilidade que V. Ex.ª me concedeu, estando em Pauta uma matéria tão importante para que eu pudesse esclarecer aos meus pares. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto que eu gostaria de discutir em Sessão de Pauta no dia de hoje é o Projeto de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza a uma instituição importante da nossa Cidade, a Themis.

Sei que o debate propiciado no início da Sessão é a abertura do comércio aos domingos, mas não poderia deixar de manifestar-me também a respeito desse importante Projeto, uma vez que a Themis é uma instituição do nosso Estado, e nesse tempo todo de trabalho tem realizado junto às comunidades, principalmente às mulheres do nosso Município e do nosso Estado, um relevante serviço.

Nós estamos às portas de 8 de março, que é o dia que marca o Dia Internacional da Mulher. Essa instituição, além de defender o direito da mulher, trabalha questões fundamentais, como a violência doméstica. Quero lembrar aos Srs. Vereadores e à Sr.ª Vereadora alguns dados importantes frente a essa matéria. No mundo, a cada cinco dias de falta da mulher ao trabalho, um é decorrente da violência que ela sofreu dentro do seu próprio lar. Na América Latina e no Caribe a violência doméstica incide sobre 25% a 50% das mulheres e compromete 14,6% do Produto Interno Bruto. Pasmem, no Brasil, a cada 15 segundos, uma mulher é espancada, conforme o relatório da ONU. Setenta por cento dos incidentes da violência acontecem dentro de casa, sendo o agressor o próprio marido ou companheiro.

O trabalho oferecido por essa organização não-governamental, que treina, que dá a formação para mulheres das comunidades, mulheres que trabalham nas associações de bairro, mulheres que estão lá na vila, na ponta da comunidade, da periferia, é de fundamental relevância.

Por isso, eu gostaria de saudar a iniciativa do Ver. Raul Carrion, uma vez que a Ver.ª Helena Bonumá também havia apresentado este Projeto de Lei – lembrado pelo Ver. Raul Carrion – no ano anterior e, por força de todo o Regimento legal da Casa, não se teve tempo para aprovar este importante Projeto.

A Themis trabalha a formação das promotoras, das mulheres nas comunidades, para que elas possam detectar a violência e possam orientar a mulher vítima de violência, para que possa sair daquele círculo vicioso em que, muitas vezes, se encontra no seu cotidiano, no seu dia-a-dia.

Nós tivemos a oportunidade, no ano passado, de participar do Encontro Estadual das Promotoras Legais, aqui na cidade de Porto Alegre, no qual reuniram-se mais de seiscentas mulheres que, ao longo desses dez anos, foram formadas, estão formadas e estão trabalhando nas comunidades, estão trabalhando contra a violência, principalmente a violência doméstica, que é estabelecida em alguns casos, nas vilas da nossa periferia.

Portanto, eu quero louvar essa iniciativa e dizer que tem, Ver. Raul Carrion, o nosso total apoio a este importante Projeto, uma vez que marca uma instituição que tem um reconhecido trabalho na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul e que, principalmente, saúda e marca as mulheres, aquelas mulheres guerreiras, promotoras legais da nossa Cidade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, discuto também Projeto de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que trata da questão da abertura do comércio aos domingos. Esse é um tema em que, obviamente, eu me centralizarei pela posição da Bancada, mas todos sabem da minha posição histórica.

Esta Casa já foi palco de muitos debates, e, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aos poucos a máscara vai caindo, aos poucos as coisas vão ficando claras. Um setor da mídia, interessado nos grandes grupos econômicos, com respaldo nesta Casa, com respaldo no Judiciário, andou anunciando por aí a “terra prometida”: que abrir o comércio aos domingos iria fazer a felicidade desta Cidade, iríamos ter mais empregos, iríamos fazer com que os comerciários ganhassem mais, iríamos atrair turistas para esta Cidade.

O que nós estamos vendo hoje é que todas essas previsões não se concretizaram. Eu acredito que, talvez, essas previsões tenham sido feitas pelo IBOPE; talvez o IBOPE tenha fornecido os dados para essas previsões, porque hoje está bem claro que nada disso está-se realizando; pelo contrário, a tendência é o inverso. Sobre a vinda de turistas... Se nós tirarmos o pessoal que veio ao Fórum Social Mundial, que não veio aqui para se meter em shopping centers - andaram muito mais comprando coisas típicas desta Cidade -, vamos ver que não houve essa atração turística para a cidade de Porto Alegre, até porque aqui perto, na Grande Porto Alegre, no interior, nos grandes pólos do interior todo mundo tem os seus shopping hoje em dia.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. ZÉ VALDIR: Vereador Isaac, eu só tenho 5 minutos.

O que nós estamos assistindo é que em vez de mais empregos, os empregos diminuíram. Os dados mostrados aqui pelo Zabaletta mostram isso, e não poderia deixar de ser, porque o que está acontecendo é a quebradeira geral dos pequenos e médios comerciantes, que são os que geram empregos nesta Cidade e neste País. Então, coincidentemente, com a abertura do comércio aos domingos, os empregos começam a diminuir, diferente da “terra prometida”, que foi anunciada aqui várias vezes.

Sobre os salários. O que nós estamos vendo hoje é um rebaixamento das condições de trabalho, com os trabalhadores comerciários tendo que trabalhar jornadas estafantes. Aumentou a jornada de trabalho! Essa é a modernidade que anunciaram, nesta Casa, com a abertura do comércio aos domingos. Perguntem, Srs. Vereadores - eu faço essa pesquisa diariamente -, vão para dentro das lojas, perguntem para os comerciários se eles ganharam um tostão a mais com a abertura do comércio aos domingos. Perguntem se o que eles ganharam não foi muito mais uma jornada de trabalho que é cada vez maior. E o estresse, dentro da categoria dos comerciários, está cada vez maior! Perguntem, façam essa pesquisa!

Então, tudo aquilo que se anunciou, solenemente, para iludir a população de Porto Alegre, para iludir alguns dos Vereadores sérios desta Casa, que se deixaram levar por aquelas posições, tudo isso agora está sendo desmascarado pela realidade. O Vereador vinha aqui e anunciava como se fosse o Profeta, como se fosse Moisés, a “terra prometida”! Ver. Isaac Ainhorn, cadê os empregos? Onde está a maior remuneração dos trabalhadores do setor? Os empregos estão diminuindo, Vereador, e não poderia deixar de ser, porque estão quebrando com a pequena e média empresa. Talvez seja isto o que V. Ex.ª queria, Ver. Isaac Ainhorn: quebrar com os pequenos, quebrar com os médios empresários desta Cidade para que aconteça o que já está acontecendo no setor de alimentos desta Cidade. Hoje, no setor de alimentos, a população de Porto Alegre depende de duas ou três redes de supermercados. E é isto que vai acontecer: nós vamos ficar à mercê de alguns grupos, que vão dominar o mercado, colocar o preço que bem entendem, pagar os salário que bem entendem para os trabalhadores.

Vereadores desta Casa, nós temos que voltar a discutir este tema, ou não podemos esperar que quebre a última empresa pequena e média desta Cidade para nós voltarmos a discutir este tema. O que nós estamos causando nesta Cidade, em termos de concentração econômica nas mãos de uns poucos, quebrando os pequenos e médios e acabando com o emprego na Cidade, é muito grave para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, eu gostaria de dizer que, mesmo usando o tempo de Liderança neste momento, eu externo a minha posição individual, e o faço em respeito aos meus colegas e Vereadores da minha Bancada, que têm posição divergente da minha. Mas eu, como uma pessoa que, historicamente, está engajada no debate sobre a questão da abertura do comércio aos domingos, que acompanha com atenção esse processo todo, não poderia deixar de vir à tribuna neste momento, não fosse por outra questão, em homenagem a um ex-colega nosso, o ex-Vereador Estilac Xavier, que recentemente assumiu o mandato de Deputado Estadual por sua Bancada, o Partido dos Trabalhadores. Por ele eu nutro uma enorme admiração, ele que é autor de um Projeto que, neste momento, está em debate nesta Casa. Eu gostaria de trazer à reflexão dos meus colegas uma questão. Quando a China Comunista encontrava-se alijada do processo mundial, nos Estados Unidos não foram as forças à esquerda que fizeram o reatamento das relações comerciais e diplomáticas com a China; foi justamente um governo conservador, um governo republicano - veja como as coisas são curiosas, Ver. Elias Vidal -, um governo à direita: o Governo de Nixon. Vejam como são as coisas! O primeiro acordo entre judeus e árabes, de reconhecimento mútuo entre Israel e Egito, não foi feito pelos governos trabalhistas, Ver. Pedro Américo Leal, mas foi feito por um governo de direita em Israel: o governo de Menachen Begin, que celebrou a paz com os egípcios, com quem reatou relações diplomáticas, reconhecendo um ao outro os seus respectivos Estados. Nos Estados Unidos, os democratas iniciaram a Guerra do Vietnã - vamos dizer as forças de centro e de centro-esquerda -, e foram justamente os republicanos, conservadores, à direita, que deram fim à Guerra do Vietnã. Eu faço essas prospecções de natureza internacional para dizer que um Projeto com viabilidade de se aprovar nesta Casa e que se contrapõe à conservadora concepção de fechamento do comércio aos domingos, neste momento, nasce das hostes do Partido dos Trabalhadores, firmado por dois Vereadores de esquerda: o Ver. Juarez Pinheiro e o ex-Vereador Estilac Xavier. Teria de ser por aí, porque acho que tem uma responsabilidade histórica, hoje, o PT, à frente dos destinos nacionais deste País, com uma enorme carga de responsabilidade na condução de um pacto de governabilidade. E vejam V. Ex.as que são os dois Vereadores do PT, homens reconhecida e marcadamente de esquerda, que vêm à tribuna sustentar, por um Projeto de Lei, a abertura do comércio aos domingos. Não é pleno, é verdade, mas é um Projeto que procura, no meio, buscar a virtude da abertura do comércio das 15 às 22 horas. Entendemos que ainda é um horário que pode ser mexido, aperfeiçoado, mas o caminho está aberto. Homens sérios, homens com história nesta Casa, com grandes contribuições já à cidade de Porto Alegre vêm fazer uma proposta, abrindo corajosamente uma discussão na esquerda. Aliás, eu sempre disse aqui que essa é uma discussão que tem que ter trânsito na esquerda, para que tenha voga, até porque a direita é a direita: a direita não tem a preocupação com o social, com o respeito à preponderância do trabalho sobre o capital; a direita está comprometida com os grandes setores do capital internacional. Por isso, eu elogio V. Ex.ª, Ver. Juarez Pinheiro, e o Ver. Estilac Xavier, que aqui esteve há até poucos momentos, homens marcadamente de esquerda e que assumem a responsabilidade do debate da abertura do comércio aos domingos, mostrando que Porto Alegre encontra-se à vanguarda, à frente das grandes propostas. Queremos aumentar empregos. Sim, vai aumentar, Vereador! Vai aumentar!

V. Ex.ª não andou por Porto Alegre no período do Fórum Social Mundial. Eu era um crítico do Fórum Social Mundial, mas tive de reconhecer, tive de admitir que o Fórum Social Mundial colocou Porto Alegre no mapa do mundo. Temos de reconhecer! É uma realidade! Eu não sou cego, assim como quero dizer que V. Ex.ª, humildemente, tem de vir à tribuna e dizer que, durante o Fórum, houve incremento das atividades comerciais, porque também essas atividades econômicas ocorrem, é natural, os hotéis estavam lotados. Que bom para Porto Alegre! Oxalá se consiga trazer permanentemente o Fórum Social Mundial para Porto Alegre, com a beleza do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho lotado, com as tribos ali presentes, com os shopping centers lotados. Que bom, Vereador, eu quero progresso e o desenvolvimento de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, lideranças dos pequenos e médios empresários do comércio, lideranças do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, todos que nos assistem, aqui ou nas suas casas. Nós já manifestamos algumas opiniões de forma muito breve durante a Tribuna Popular, e apesar de termos cinco Projetos na Pauta, no dia de hoje, entendemos necessário tratar dessa questão que hoje inicia, nesta Casa, o seu debate público. Queríamos dizer que já nos manifestamos na tribuna, creio que na semana passada, dizendo que ficou comprovado que a abertura do comércio aos domingos não aumenta, nem aumentou as vendas. Os dados do final do ano, divulgados amplamente, foram de diminuição da venda no ano passado, especialmente no segundo semestre, particularmente em Porto Alegre, exatamente quando liberada - de forma selvagem e desumana - a abertura do comércio em Porto Alegre. Paralelamente a isso, também divulgamos, desta tribuna, notícias mostrando que nos shopping centers cresceram as vendas, ainda que no conjunto tenham diminuído; ou seja, o conjunto das vendas diminuiu e o pequeno e médio comércio, o comércio de rua e o comércio de bairros afundou e quase se arruinou. Qual a razão? Apesar de haver uma lei nesta Cidade, que proíbe o comércio aos domingos, essa abertura, uma liminar, que já denunciamos inúmeras vezes, que consideramos inconstitucional, porque vai contra o inc. I do art. 30 da Constituição, que é clara: “Assuntos de interesse local cabem ao município”, portanto, cabe à Câmara. E não só é inconstitucional, mas contra a Justiça, porque é uma liminar que hoje perdura contra uma decisão do Pleno do Tribunal de Justiça do Estado, transitada em julgado. Onde está a segurança jurídica, se uma liminar é capaz de derrubar uma sentença transitada em julgado de um Tribunal? Portanto, entendemos que a tese da Justiça, até este momento em liminar, de que cabe à Câmara só legislar sobre o horário, e não sobre o dia, não se sustenta no Supremo Tribuna Federal. O que nos espanta é que até hoje não foi feito o recurso que estava previsto ao Supremo Tribunal. Nós fomos até o Tribunal de Justiça do Estado, até o Presidente, para pedir, com urgência, o acórdão para poder fazer o recurso ao Supremo Tribunal. Então, antes de qualquer nova lei no Município, nós entendemos que se deve fazer, em primeiro lugar, o recurso ao Supremo Tribunal; em segundo lugar, nós temos uma PEC, sendo votada na Assembléia Legislativa, da Deputada Jussara Cony, do PC do B, aprovada em primeira votação, que deve ir à segunda votação, que acaba com o argumento dessa liminar, pois diz que cabe ao Município tratar tanto do horário quanto do dia. Portanto, nós vamos, nesta Casa, adotar a interpretação do Juiz, e defender que só podemos legislar sobre o horário, quando consideramos isso inconstitucional, quando consideramos que pode ser aprovada a PEC na Assembléia. Então, não desconfiamos da intenção do Ver. Juarez Pinheiro, que é um defensor dos trabalhadores, do Ver. Estilac Xavier, que é um defensor dos comerciários, mas que, diante do desespero dessa categoria, diante do desespero dos pequenos comerciantes, parece que escolheu uma tática equivocada para defendê-los. Nós somos pelo recurso ao Supremo, somos por uma grande campanha pela aprovação da PEC na Assembléia. Em terceiro lugar, temos já a informação de que a Confederação Nacional dos Empregados do Comércio está lançando uma grande campanha, um grande abaixo-assinado nacional para solicitar ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que revogue o art. 6.º da Lei n.º 10.101, que consagrou a abertura do comércio aos domingos, e foi baseado numa Medida Provisória de Fernando Henrique Cardoso. Se o povo brasileiro elegeu um novo Governo contra a desregulamentação do trabalho é porque deseja que esse Presidente faça uma Medida Provisória revogando esse artigo.

Eu me desculpo com o Ver. Ervino Besson, mas não era possível concluir o raciocínio, nós tínhamos que fazer a intervenção sobre as três medidas que nós consideramos. Por isso, considerando legítima a preocupação do Ver. Estilac Xavier, do Ver. Juarez Pinheiro, considerando que eles são defensores históricos dos comerciários, nós teremos que nos manifestar contrariamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, Presidente desta Casa, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhores e senhoras, eu vou aproveitar aqui a presença da Presidenta do Sindicato dos Comerciários neste Plenário, a Sr.ª Esther Machado, para focalizar o Projeto apresentado pelo Ver. Juarez Pinheiro para a abertura do comércio aos domingos. Eu ouvi do Ver. Cassiá Carpes a afirmação de que o Vereador estava surpreso ao ver que algumas pessoas - e citava o Ver. Juarez Pinheiro - mudavam as suas opiniões com relação a abertura do comércio. Eu tenho certeza absoluta que o que o Ver. Juarez tenta, através deste Projeto de Lei, minorar o sofrimento de algumas categorias, como é o caso, por exemplo, dos pequenos comerciantes. Mas, Ver. Juarez Pinheiro, ouvi com muita atenção V. Ex.ª aqui da tribuna. Acho que V. Ex.ª tem a boa vontade, a boa intenção de corrigir, mas acredito que o instrumento que V. Ex.ª escolheu para fazer a correção é um instrumento inócuo, não porque falte a V. Ex.ª capacidade para fazê-lo, mas, simplesmente, porque falta a esta Casa, como instituição, a capacidade de poder interferir naquilo que é essencial para que possamos fazer essa correção. Esta Casa se encontra manietada, porque a discussão foi desviada para o Judiciário, a discussão não se encontra mais nesta Casa, Ver. Pedro Américo Leal. No momento em que o Ver. Juarez Pinheiro apresenta um Projeto dizendo que a abertura do comércio aos domingos pode se dar agora das 15h até às 22h, o que acontece é que, se nós aprovarmos esse Projeto, estaremos apenas assinando embaixo das moções dos grandes empresários - que querem ver o comércio aberto com total liberdade, sem nenhuma responsabilidade. O que nós queremos - e é o debate que fazemos desde o início - é a abertura do comércio aos domingos; que, a nosso ver, vai acabar acontecendo mais dia, menos dia, mas que se dê com responsabilidade dos empresários em relação aos empregados do comércio. Queremos que o Sindilojas faça um acordo com o Sindicato dos Comerciários, o mesmo que fez com os empresários que são proprietários de redes de supermercados, que aceitaram pagar um prêmio para os empregados que trabalham aos domingos. O Sindilojas, simplesmente, se nega a pagar qualquer tipo de prêmio. E temos um Projeto tramitando nesta Casa que diz que temos que fechar os olhos para esse problema e, simplesmente, dizermos que abram. Abrir duas horas a menos ou a mais, não é isso que estamos discutindo. O Ver. Juarez Pinheiro trouxe uma discussão que não é desta Casa, e não tem que ser uma preocupação desta Casa. O comerciário está trabalhando, em vez de oito horas, dez, doze horas. Se isso está acontecendo e não há nenhuma reclamação, estou culpando, neste momento, o Sindicato dos Comerciários, que está inoperante, porque essa é uma ação que deve estar ligada ao Sindicato dos Comerciários. Quem tem de fazer a fiscalização dentro das lojas, dentro das empresas, para saber se o comerciário está trabalhando mais ou menos ou se ele está exatamente dentro da carga que lhe é permitida não é esta Casa, Ver. Pedro Américo Leal! Nós somos uma Casa Legislativa. Nós temos que cobrar é do Sindicato, porque é o Sindicato que tem os mecanismos para ir até as empresas e coibir. Como é que eu posso tentar coibir isso, simplesmente diminuindo o horário de funcionamento do comércio? Não, não é assim! Existe uma tese de que a abertura do comércio aos domingos vai aumentar o número de empregos. É uma tese que está sendo desmentida pouco a pouco.

Mas se eu, de repente, disser que, em vez de dez horas, o comércio tem que funcionar seis horas, eu estarei dando razão para os empresários. Os empresários vão vir aqui e dizer: “Eu não aumentei o número de empregos simplesmente porque a Câmara não me permitiu.”

 

O Sr. Pedro Américo leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. Luiz Braz, V. Ex.ª deve ter reparado que eu estou observando o que V. Ex.ª fala com muita atenção.

É uma matéria por demais complexa. Já tive ímpetos de aceitar uma ou outra direção. Com quem está a razão? Eu pergunto, porque o meu voto, como o de todos, vai ser consciente, mas tenho muita dificuldade para analisar os fatores.

Por vezes apresentam fatores favoráveis à abertura do comércio aos domingos, e eu concordo e discordo quando os shopping absorvem tudo ao seu redor. Eles “chupam”, eles dominam. Eu vi isso no meu bairro.

Então, nós temos de levar essa polêmica com muito cuidado. V. Ex.ª que é um advogado brilhante, eu estou ouvindo, me dê mais contribuições.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª sempre tem pautado a sua conduta com muita coerência e, até por aconselhamento a todos nós que fazemos parte desta Casa, V. Ex.ª tem uma experiência de longa data, digo o seguinte a V. Ex.ª: se os shopping puderem abrir tranqüilamente, sem pagar os seus empregados, das 15h até as 22h, eles vão aplaudir. Eles estão contentíssimos com isso.

Ora, quem é que não vai gostar? Eles não vão precisar pagar ninguém e vão ter, chancelada pela Câmara Municipal, essa sua supremacia sobre os empregados, porque estão obrigando os empregados a comparecerem nos shopping e simplesmente dizer: “A Câmara também está...” - a Câmara representa a Cidade – “...querendo isso; lá foi aprovada essa Lei.”

Agora, pelo menos, temos uma discussão que está lá no Judiciário. Esta Câmara já se posicionou, e esse posicionamento está sendo importante na tramitação dessa ação no Judiciário.

Agora nós vamos “tirar a escada” do Sindicato dos Comerciários na discussão que é feita lá no Judiciário dizendo assim: “Não, a Câmara mudou de idéia. A Câmara, agora, é favorável.”

Então, eu acho, só para encerrar, Sr. Presidente, que a vontade do Ver. Juarez Pinheiro não é essa. Só que o instrumento que ele escolheu está dando exatamente essa impressão para aquelas pessoas que estão envolvidas nessa matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerramos a discussão de Pauta.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, senhoras e senhores, eu não estava em plenário Ver. Haroldo de Souza, meu companheiro de Partido, mas ouvi o seu questionamento. Nós precisamos aprofundar essa discussão do comércio aos domingos, porque eu acho que não há problema nenhum, mas a bancada governista precisava ter um pensamento unitário sobre isso, porque eu estou vendo que há uma confusão generalizada nesse discurso aí. Não sei se são contra ou a favor da abertura do comércio aos domingos. Mas nós vamos aprofundar isso em um momento oportuno. Ver. Reginaldo Pujol, nossa saudação especial a V. Ex.ª. Ontem os jornais noticiaram que na segunda-feira houve uma reunião do Conselho Deliberativo do Departamento Municipal de Água e Esgoto, na qual aprovaram, e falta agora apenas a homologação que já foi comunicada pelo então Diretor do Departamento, um aumento nas tarifas de água e esgoto, em torno de 30%. Eu quero lembrar, Sr. Presidente, que se encontra ainda pendente na Justiça esta matéria, porque aqui, em março, veio aquele tarifaço de 19%, além da correção inflacionária do ano todo. Agora, o Departamento Municipal vem de novo com 30% de aumento e a inflação, Ver. Pedro Américo Leal, nos últimos doze meses, foi de 12,53%. Não dá mais para agüentar tanto aumento! A população não suporta mais tanto aumento! Em janeiro, 25% do IPTU; taxa do lixo, estratosférica; passagem de ônibus, Ver. Elói, quase 50% no último ano. Ninguém aqui tem memória curta, não! Em fevereiro de 2002 foi 16%, em dezembro de 2002, 13,69%; em fevereiro de 2003, 16%. Somando-se esses três aumentos na passagem dá quase 50%. E o salário, deste “tamanhozinho!”. Que fúria arrecadatória dos governos! Os daqui botam a mão no bolso, através do IPTU e da água. Tem muito cidadão desta Cidade que não vai poder pagar a taxa de água.

Eu estou propondo, Ver. Cassiá, vou peticionar, se já não está protocolado, uma audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor. O Presidente do DMAE tem de vir abrir as contas aqui. Não é possível, Ver. Cassiá, se a inflação é de 12% e tocam um tarifaço de 30% na água em Porto Alegre. Isso é inaceitável, Ver. Wilton! Os lá de cima aumentam a gasolina duas vezes; o juro era de 25%, foi para 25,5% e para 26,5%. O Imposto de Renda está igualzinho ao período do FH. Congelaram e está igual. Mais do que isso, quando se aumentam os juros, sabe o que acontece? O trabalhador compra menos. É aquele que compra a crédito o mais sofrido. Os governos, infelizmente, só pensam em aumentar, aumentar, aumentar, aumentar e aumentar! Está na hora de nós, da oposição, porque nós temos um papel aqui, Ver. Wilton, de, nestas matérias maiores, termos um pouco de unidade, porque o governo vem fazendo tarifaço, e o povo tem cobrado, nas ruas, da oposição, e o que temos é a nossa voz da tribuna, mas ela é insuficiente. Precisamos ir para as ruas, denunciar, dizer à população: basta de aumentos! Não é aceitável, porque se fosse aumento de 15%, 12%, 16%, tudo bem, mas 50% de aumento nos ônibus, 25% no IPTU, na taxa do lixo, e agora 30% na água, não dá para aceitar. Então, nós faremos aquilo que estamos fazendo, levando às ruas, para o esclarecimento das pessoas - é o que estamos fazendo todos os dias -, panfletando nas paradas de ônibus, nas esquinas, nas ruas, nos lares e nos bares, dizendo ao povo de Porto Alegre: “Que discurso jeitoso da Prefeitura, o da inclusão social, mas, na prática, ela é fiscalista e conservadora, porque quer arrecadar, arrecadar e arrecadar, para aplicar nos banqueiros, de quem eles não cobram imposto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PC do B.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. João Dib, demais Vereadores, Vereadoras, todos os que nos assistem aqui e nas suas residências, vamos usar a Liderança no sentido de abordar alguns projetos que temos tramitando na Casa, na Pauta, e que esta importante discussão sobre a questão do comércio não nos permitiu abordar. Primeiro, vou abordar três que se referem a preocupações nossas e projetos nossos, na área do resgate da cidadania, do autoconhecimento e da autovalorização da comunidade negra, tão discriminada, tão esquecida, e que deu tão importantes contribuições à formação da nacionalidade, à formação da nossa cultura, e que foi o sustentáculo econômico, durante quatro séculos, de forma praticamente absoluta, sem a qual não existiria o Brasil como Nação, e que continua, nos dias de hoje, dando grande contribuição, pouco reconhecida. Nesse sentido o primeiro Projeto já foi debatido por diversos Vereadores desta Casa. Há inclusive a proposta de uma emenda do Ver. Wilton, cuja colaboração nós evidentemente aceitamos e agradecemos, porque engrandece, e queremos que um Projeto como esse seja da Casa e não do Vereador, que tem só a iniciativa. É muito bom dizer que a iniciativa de um Projeto nosso é porque um cidadão ou uma cidadã nos trouxeram a idéia. Portanto, nos cabe muitas vezes sermos parteiros das idéias.

Esse primeiro Projeto, então, sobre o qual eu não tive a oportunidade de me manifestar, é o que cria a Sessão Solene dentro da Semana da Consciência Negra para homenagear Zumbi dos Palmares. Esse Projeto, por um lado, tem legitimidade, porque diversos Vereadores têm colocado a sua preocupação no sentido de que grandes datas como essa não precisem ser de iniciativa de tal ou qual Vereador, mas devem ser iniciativa da Casa como um todo. Eu concordo com isso, mas infelizmente, como o Regimento não contempla determinadas datas, nós tomamos essa iniciativa e até temos de usar a nossa quota para isso. Eu acho que está na hora de o nosso Regimento contemplar algumas Sessões Solenes ou talvez Grandes Expedientes, Ver. João Antonio Dib, que sejam da Casa, da Mesa e que são grandes datas da nossa Nação.

Com a questão da Consciência Negra há ainda um complicante maior, Ver. Wilton, que como a Semana é organizada pelas entidades, como nós vamos requerer uma Sessão Solene? Por outra parte, as entidades não podem requerer, certo? Então, criava-se uma situação desconfortável como a do ano passado em que a Sessão Solene havia sido reservada para homenagear a colônia italiana - nada contra! - só que o dia era de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, e a homenagem a eles se deu lá no Auditório Glênio Peres, de forma desconfortável. Naquele dia, com a indignação que eles demonstraram, eu me dei conta: havia um impasse, nós não podíamos pedir a Sessão, porque a Semana era das entidades, e a Casa não contemplava. Daí nasceu, por isso, praticamente um ou dois dias depois o Projeto. Eu sei que a Casa vai aprovar, e nós poderemos doravante homenagear.

Eu tenho outros dois projetos que entendo dentro dessa área, pelo qual nós estamos concedendo o Prêmio Quilombo dos Palmares para duas grandes personalidades. Uma delas o conhecidíssimo Giba Giba, músico gaúcho, folclorista, pesquisador. Foi ele inclusive quem resgatou o “sopapo”, um tipo de instrumento de percussão que foi criação daqui do nosso Estado e reconhecido internacionalmente. Ele é uma pessoa que até hoje não tinha tido uma homenagem aqui desta Casa, pessoa que desenvolve a auto-estima da comunidade negra, um homem de sensibilidade, de cidadania, pessoa que sentimos, ao conversar com ele, tratar-se de um grande homem. Depois, se tivermos tempo, entraremos em mais detalhes. Estamos agraciando-o com o Prêmio Quilombo dos Palmares, a ser entregue na Semana da Consciência Negra.

O outro Prêmio Quilombo dos Palmares será para o primeiro Senador negro do Rio Grande do Sul, Paulo Renato Paim, operário metalúrgico, sindicalista, homem que honra o Estado do Rio Grande do Sul e a comunidade negra.

Acreditamos que a Casa - somos só o proponente desses dois Prêmios, Ver. João Antonio Dib -, terá uma grande honra na entrega desses prêmios às pessoas, e nós definiremos a Sessão Solene da Consciência Negra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregoamos a Emenda n.º 02 ao PLE n.º 024/02. (Lê a Emenda n.º 02.) “Altera o art. 7.º, substituindo as seguintes expressões: no item 1, a expressão 12 (doze) por 24 (vinte e quatro); no item 2, a expressão 12 (doze) por 24 (vinte e quatro) e 24 (vinte e quatro) por 36 (trinta e seis); no item 3, a expressão 36 (trinta e seis) por 48 (quarenta e oito) Justificativa: da Tribuna. Assina o Ver. Reginaldo Pujol. “

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Ficamos realmente perplexos, porque além dessa liminar não ser julgada, nós vimos aqui mudanças de comportamento. O Executivo e a sua bancada da situação, aqui nesta Casa, sempre votaram junto com o trabalhador, ou seja, com os comerciários, acompanhavam o voto. E, agora, surpreendentemente, chega a esta Casa um Projeto que abre o comércio aos domingos das 14h às 22h. Portanto, nós ficamos um pouco perplexos: o que é que mudou? A situação partiu agora para auxiliar este ou aquele? Não, eu entendo que nós todos somos a favor do comércio aos domingos, nós todos queremos a abertura do comércio aos domingos, mas que ela seja regrada com um grande negociação, Ver. Juarez Pinheiro.

Agora, se o funcionário está trabalhando 12 horas, ora, tem a Lei Trabalhista para isso, que vai analisar! Se está trabalhando 12 horas, não pode, alguma coisa está errada! E é isso que nós queremos regrar, queremos ajudar. Quem sabe, essa pessoa trabalha 8 horas e as outras 4 horas vai dar para abrir um outro emprego para outra pessoa! O que nós queremos é o comércio aberto, mas que gere emprego, até prova em contrário! Por isso, esta Casa sempre se manifestava – e tem que se manifestar –, só que o momento é outro, esta matéria já não está no âmbito da Câmara. E não adianta a Câmara tomar uma decisão agora, vem o Tribunal e toma outra e nós ficamos empurrando com a barriga.

Nós precisamos, na realidade, é de uma grande negociação entre funcionários, através do seu sindicato, do Sindilojas, do CDL, para que possamos fechar logo. O que é que está faltando para pagar esse pessoal? Por que esse pessoal está trabalhando 12 horas, quando tem que trabalhar 8 horas? Qual é o problema? Se há uma negociação com os supermercados – e, por vários domingos, já houve negociação com as lojas para abrirem aos domingos, sejam elas do Centro, do bairro, do shopping – por que não ampliar essa negociação para que possamos, de vez, acabar com essa história?

Agora, esta Casa tem que começar a decidir. Esta Casa está, cada vez mais, perdendo prerrogativas, porque não tem mais a capacidade de vetar ou de estipular o aumento do IPTU! Não tem mais a capacidade de determinar, aumentar ou diminuir consideravelmente ou ajudar no custo da passagem do ônibus! Não tem mais força para interferir, aí vem o aumento de água de 29 ou 30%, esta Casa só pode reclamar! A cada momento, perde prerrogativa; fora o Orçamento Participativo que decide lá e nós não podemos nem aqui colocar algum adendo para auxiliar essa capacidade da população.

Então, cada vez mais, nós estamos perdendo a prerrogativa de Poder Legislativo.

Agora, quando surgem projetos aqui, por exemplo, nada contra o projeto, mas se não está em âmbito municipal, nós não podemos atuar.

Nós estamos passando à sociedade, muitas vezes, que nós vamos terminar com os pardais. Não, nós não temos o poder de terminar com os pardais. O pardal é um objetivo do Executivo, regrado em uma Lei Federal do CONTRAN. Aí, lombadas eletrônicas... Nós estamos preocupados com coisas que não pertencem ao Legislativo Municipal.

Mas a população assim entende, lembro-me agora, e, aproveitando a presença do Presidente da Casa que teve que explicar várias vezes no jornal, porque a população entende assim. E hoje fui cobrado, em plena televisão, de que o Vereador deixa aumentar a passagem, deixa aumentar o IPTU, deixa aumentar a água, quando o Presidente teve que externar a sua posição a um consumidor que escreveu ao jornal Zero Hora explicando que não é o poder da Câmara. Mas o que a Câmara tem de poder? Então, são essas coisas que nós temos que recuperar para esta Casa, senão nós vamos ficar aqui em homenagens, que já estão demais; nome de ruas, nada contra isso, mas é muito nome de rua; e projetos que não vêm em favor da população de Porto Alegre.

Então, nesse aspecto eu entendo que nós temos que recuperar, Sr. Presidente, a prerrogativa da Casa, senão nós só vamos reclamar e a população pensa que o Vereador é que está taxando o seu bolso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sou grato Ver. Cassiá Carpes.

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o assunto que me traz à tribuna preocupa profundamente esta Casa, inclusive Lideranças já expuseram as posições das bancadas de oposição que têm assento nesta Casa, preocupadas com a voracidade do Poder Público Municipal no aumento das tarifas públicas. Voracidade essa já há tempo externada de modo forte, firme, arrecadando e tirando do bolso do contribuinte de Porto Alegre os minguados recursos que ainda lhe sobram. E agora aparece, vem e é aprovado pelo Conselho de um Departamento o aumento da tarifa da água. Tarifa da água que, certamente, cumpre um dos papéis sociais mais importantes: onde não tem água, não tem vida; onde não tem saneamento, não tem vida boa, salutar, e esse Departamento aumenta acima e além da inflação as suas tarifas, deixando de cumprir o papel social, com o qual, certamente, a instituição deveria ter a preocupação maior.

A substituição do poder desta Casa de ingerência em cima das tarifas básicas públicas concedidas ou não é um fato, e contra esse fato, certamente, as bancadas de oposição deverão se articular para, de maneira objetiva, clara, consciente, alterar a legislação pertinente aos assuntos aqui tratados.

Mas o que me traz à tribuna é o exagero do aumento da água no município de Porto Alegre. Certamente a bancada situacionista virá à tribuna para explicar. Terá argumentos suficientes, e temos aqui pessoas, Vereadores que passaram pelo Executivo e, por isso, têm experiência lá e poderão, certamente, trazer uma explicação razoável, plausível para que o Executivo Municipal, além da inflação, além da expectativa da inflação, aumente a tarifa de água.

Nesse sentido, a Bancada do PPS se irmana às manifestações da oposição e será parceira, sim, para a alteração de legislação, porque é a parcela que nos cabe de compromisso com a comunidade: de estar aqui, alterar a legislação e fazê-la cumprir sempre.

Nesse sentido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o PPS estará irmanado com as oposições para que esta posição tenha conseqüência objetiva no bolso do porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu ouvi com atenção alguns pronunciamentos feitos aqui na Casa, que até repercutem no local adequado aquilo que se ouve da população. A cobrança sobre a nossa atuação como Vereadores diante de alguns fatos que ocorrem na cidade de Porto Alegre, cobrança no que diz respeito aos aumentos dos serviços públicos do município de Porto Alegre, agora, mais especificamente do aumento da tarifa de água, que passou a pesar no orçamento doméstico de forma muito expressiva, um aumento de praticamente 30%. Essa cobrança ouve-se quando se sai de casa, quando se anda pela rua, quando se visita um estabelecimento comercial, enfim, em todos os quadrantes da cidade de Porto Alegre ocorrem manifestações nesse sentido. Os Vereadores Sebastião Melo e Luiz Braz têm sido os mais persistentes nessa luta. Existe um Projeto do Ver. Luiz Braz tramitando aqui na Casa, e acredito que tenhamos de nos debruçar sobre ele, que poderá nos trazer, inclusive, o caminho para fazer frente a essas situações.

Ver. Cassiá Carpes, V. Ex.ª, que manifestou essa preocupação, temos de inventar meios, buscar brechas para responder essa série de reclamações que recebemos da população.

Agora mesmo, Sr. Presidente, V. Ex.ª, que foi Secretário Municipal de Obras e Viação, penso que por duas vezes, sendo que, em uma das oportunidades, por um largo tempo, as reclamações que existem na cidade de Porto Alegre sobre a morosidade das obras já chega a ser escandalosa. Fomos alertados por uma circunstância eis que, na gama de assuntos que são colocados na Cidade, ficamos, às vezes, cegos para algumas realidades. A 3.ª Perimetral já era para estar, toda ela, concluída. E nós temos obras que acho que não foram nem licitadas ainda e que fazem parte da 3.ª Perimetral. Os transtornos que essas obras mal-executadas têm trazido para a Cidade são enormes, chegam a ser maiores, não-raro, do que os próprios benefícios.

Hoje mesmo li no jornal que um estabelecimento comercial na Av. Protásio Alves foi vendido porque seus proprietários haviam tido uma redução de mais de 50% nas suas vendas pelo atraso prolongado das obras. Porto Alegre teve, por muito tempo, um alto conceito na engenharia urbana, especialmente na área de concreto. Há obras feitas aqui em Porto Alegre há 20, 30 anos, que não foram consertadas uma vez sequer até agora porque não foi necessário. A Av. Érico Veríssimo é um exemplo; a Rua Luiz de Camões e várias outras.

Hoje, nós somos ridicularizados perante os técnicos da área de engenharia urbana, porque essa 3.ª Perimetral, que ainda nem acabaram, já apresenta transtornos absolutamente inconcebíveis diante da qualidade técnica que a engenharia porto-alegrense e gaúcha desenvolveu.

Ver. Cassiá Carpes, há algumas coisas que vamos ter de superar internamente. Hoje, se pedirmos uma Comissão Especial para verificar essa situação, que foi verificada pela Comissão de Finanças, Orçamento e Mercosul - acho que a Casa toda teria de ter uma Comissão Especial para ver esse fato -, vamos ter dificuldade até de constituir a Comissão, porque existem entraves regimentais que não nos permitem constituir. A Casa tem de se aparelhar, tem de, necessariamente, cumprir suas finalidades, porque, se são injustas algumas críticas ao nosso trabalho feitas pela população, e o são, em sua maioria, decorrem de um desconhecimento da real situação do que é e do que não é a nossa competência. Se é verdade que existe essa injustiça e outras, razão para a população. A cidade de Porto Alegre elegeu a maioria de oposição em Porto Alegre para fiscalizar o Governo. E como é que essa maioria de oposição permite essa barbaridade, esses atrasos criminosos que ocorrem em tudo quanto é obra na cidade de Porto Alegre hoje? Eu cheguei a anotar uma relação tão extensa, que no meu tempo não caberia, acerca das obras que Porto Alegre hoje está realizando e que estão com atraso, desde o Pórtico aqui da Cidade, do Pró-Memória, nem vou falar no Cinema Capitólio, que vai cair daqui a alguns dias, tampouco vou lembrar esse Centro Cultural, esse esqueleto que está construído aqui no Parque da Harmonia e que até hoje, não se sabe por que, para o que, eis que parado há longo tempo. É a Perimetral, é a Juca Batista, é o Triângulo, é o Pórtico, é o Cine Capitólio, enfim, Porto Alegre parou, e parou, no meu entendimento em muitas situações, de uma forma não só danosa, como até criminosa contra a população.

Por isso tem razão o Ver. Cassiá Carpes, temos que nos posicionar, é a nossa responsabilidade como homens de oposição; isso é uma oposição responsável, é uma oposição séria não é uma oposição comprometida com o quanto pior é melhor. Não, isso provavelmente termina com o período do PT, porque Porto Alegre não vai continuar nessa inação, mas isso não me serve. Gostaria até que o PT continuasse, mas que fizesse bem o serviço público cuja responsabilidade o povo lhe passou nas urnas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, eu vou aproveitar a referência do Ver. Reginaldo Pujol a um Projeto de Lei de nossa autoria que está tramitando aqui na Casa para tocar nesse assunto relacionado com o aumento da tarifa de água aqui no nosso Município. Este ano, Ver. Reginaldo Pujol, meu querido amigo Ver. Cláudio Sebenelo - Líder da minha bancada, e que me fornece este tempo para que eu possa falar aqui desta tribuna -, nós aprovamos aqui - e também me relaciono, aqui, com alguém bem atento, meu amigo Ver. Haroldo de Souza - um Projeto de autoria deste Vereador transformando a tarifa de água em taxa para que, como tributo, nós pudéssemos votar todos os aumentos que incorressem sobre a água, perfeitamente sustentável pelo principais doutrinadores na área tributária. Acontece que o Município de Porto Alegre - Ver. João Antonio Dib, inclusive teve uma Emenda de V. Ex.ª ao Projeto que foi aprovado, aqui nesta Casa - entrou com uma Argüição de Inconstitucionalidade, e o mesmo Desembargador que deu aquela liminar com relação ao comércio, na Ação de Abertura do Comércio aos Domingos, dizendo que esta Câmara não podia legislar sobre a abertura do comércio da forma como fez, aquele mesmo Desembargador, o Desembargador Clarindo Favretto, deu também uma liminar favorecendo a Prefeitura Municipal para que o assunto fosse discutido mais amplamente no Judiciário. Nós sabemos muito bem - e o Ver. Juarez Pinheiro, inclusive falou aqui desta tribuna - que essas ações se arrastam ao longo do tempo, e eu não sei por quanto tempo mais nós vamos discutir no Judiciário, porque a Prefeitura não quer que esta Casa discuta e atue sobre aumentos ou não-aumentos na conta da água.

Por causa disso, nós fizemos um outro Projeto, Ver. João Antonio Dib, que nós colocamos para tramitar hoje, que mexe com a Lei Complementar n.º 250. Nesse Projeto que colocamos para tramitar, nós estamos querendo apenas tirar a responsabilidade desta Casa sobre qualquer tipo de aumento que possa acontecer na tarifa de água. Eu estou eliminando o art. 2.º da Lei Complementar n.º 250, pelo Projeto que estamos oferecendo, porque é esse art. 2.º que dá competência para que o Executivo aumente, automaticamente, até o nível da inflação - o IGP -, a tarifa. Então, boa parte do aumento foi permitido pela Câmara Municipal, por intermédio daquela legislação muito antiga, a Lei Complementar n.º 250. Consta no art. 2.º que até o nível da inflação, até o IGP, o Executivo pode aumentar, sem nem “dar pelota” para o que acontece. Os integrantes do Executivo dizem o seguinte: “Nós aumentamos, porque a Câmara assim o permitiu, a Câmara mandou que fosse aumentado, está lá na Lei.” Então, nós estamos aqui apresentando um Projeto e pedimos que todos os Vereadores apóiem este Projeto de Lei para que possamos votá-lo rapidamente. Eu sei que o Ver. João Antonio Dib é favorável, e nós chegamos a discutir que os aumentos até a inflação possam ser dados. Só que existem muitos índices inflacionários, Ver. João Antonio Dib. E o IGPM, que nós permitimos, que está lá no art. 2.º da Lei Complementar n.º 250, é o maior dos índices. Eu acredito que nós temos obrigação, aqui, como Vereadores, de ou colocarmos um índice que seja o mais favorável para a população para que a responsabilidade não caia tão pesadamente sobre esta instituição, ou, pelo menos, que nós possamos tirar completamente a responsabilidade aqui da Câmara, enquanto o Executivo continua discutindo aquela legislação que nós aprovamos aqui nesta Casa, que transforma tarifa em taxa; aí, sim, passará para esta Casa, definitivamente, qualquer tipo de responsabilidade sobre os aumentos que vierem. É assim que nós estamos tomando providência, e eu peço o apoio da Casa para esta matéria, que tem que ser votada com urgência.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregôo a Emenda de Liderança n.º 01, de autoria do Ver. Wilton Araújo, ao Projeto de Resolução n.º 076/02.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a CEFOR ontem visitou algumas obras de Porto Alegre que estão em atraso. Visitamos a obra da Perimetral, que está com atraso de mais de um ano, especialmente o Viaduto Jayme Caetano Braun, onde estivemos acompanhados do Sr. Secretário Municipal de Obras. Percorremos toda a sua extensão e vimos que realmente é uma grande obra, mas que já deveria estar concluída há um bom tempo. Fomos até o Triângulo da Assis Brasil. Lá, numa primeira fase, a obra era da Prefeitura. Atrasou um ano, a empresa Brita quebrou. A obra foi concluída, após um ano de atraso, por outra empresa. Foi iniciada a segunda fase, aí já sob a responsabilidade do Governo do Estado, com recursos de um financiamento do BNDES. Lá por setembro, outubro, novembro a obra parou; aliás, a obra não parou, mas a empresa já não mais recebia os recursos. Depois de aguardar 95 dias, a empresa - SBS - decidiu paralisar a obra, e foi atrás das faturas, dos recursos. Pasmem, senhores: o Governo anterior, do Sr. Olívio Dutra, recebeu os recursos do BNDES, colocou no caixa único e não pagou a construtora. Agora, “largou o pepino no colo” do novo Governador, Germano Rigotto, que precisa resolver essa situação, esse impasse, esse problema sério, esse empecilho para o desenvolvimento da Zona Norte. Quase dois anos de atraso de uma obra que poderia estar trazendo benefícios para a população!

O que nos preocupa também é o atraso em outras obras, como na Av. Juca Batista, que está lá paralisada. Não foi iniciada ainda a famosa e divulgada duplicação da Av. Oscar Pereira - não sei o que houve. São atrasos sistemáticos.

Eu vou contar uma historinha rápida. Lá na Restinga tem o riacho do Salso. Há quatro anos luta-se para sair uma ponte sobre ele. Finalmente, depois de aprovado no Orçamento Participativo de 2001, em 2003 se dignaram a fazer o contrato com obra para iniciar em 4 de dezembro. Qual foi a tristeza, Ver. Pedro Américo Leal? Uma obra de uma pequena ponte sobre um riacho teve problema de projeto! A Empresa que ganhou - EPT Engenharia - atrasou a obra, já no início, em dois meses, porque tinha erro de projeto.

E, pasmem, depois de 3, 4 anos de espera o projeto saiu, e a ponte vai sair exatamente em frente a um poste de alta-tensão da CEEE. Naturalmente, não havia sido prevista a remoção desse poste. Defronte a um poste de alta-tensão da CEEE, que falta de planejamento!

Já denunciamos aqui o atraso na construção da nova escola no Morro da Cruz em mais de um ano. Está lá a obra semiparalisada, e as crianças tendo aula em um barracão no Morro da Cruz. É uma escola que precisa beneficiar as crianças e está com sua obra paralisada! Temos também problema de água no Bairro Glória, no Bairro Cascata, no Morro da Polícia, no Morro da Pedra Redonda, pois está lá, sendo construído - construção atrasada, também, por mais de ano - o reservatório do DMAE. O pessoal está sem água na Rua Santuário, na Renascença, e o reservatório semi-acabado, por inaugurar, mas não tem água! Não dá para entender!

Ontem, fui visitar, na Av. Ipiranga, aquela sede que foi retomada da União Gaúcha dos Estudantes, que está sendo reformada para abrigar a sede da FASC. A obra está atrasada.

Puxa, o que há? É falta de planejamento? É falta de administração? É projeto malfeito? Nós estamos preocupados com os prejuízos que a população sofre. E olhem, são pequenas coisas, e não se dão conta.

Temos muitas coisas mais a falar aqui, mas o problema que é o atraso dessas obras causa prejuízos à sociedade, prejuízo como já tivemos com a obra do Viaduto Obirici, atrasado há mais de ano; com a obra do Viaduto Dona Leopoldina, atrasada há mais de ano. E, meu amigo Paulo, as obras da Av. Assis Brasil, lá onde V. Ex.ª passa todos os dias, também estiveram atrasadas mais de ano. E agora, finalmente, estão completadas. Precisamos mudar a mentalidade para que isso não mais aconteça, e que a sociedade não tenha mais esses prejuízos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara. Uma série de assuntos foram tratados nesta tribuna, quero poder tratar de todos eles. Primeiro: o comércio aos domingos. Acho que o Ver. Cassiá Carpes até se empolgou um pouquinho; depois, aqui na tribuna, recolocou o debate. A Bancada do Partido dos Trabalhadores é contra a abertura do comércio aos domingos. Contra, e ponto. A Bancada do Partido dos Trabalhadores sempre votou e seguirá votando contra a abertura do comércio aos domingos. A resposta e o debate trazido aqui pelo companheiro Ver. Juarez Pinheiro é o debate que toda a Câmara deve fazer. Nós votamos contra a abertura do comércio aos domingos, pois ganharam na Justiça. Nós, de novo, votamos contra a abertura do comércio aos domingos a partir de outro Projeto. Pois eles foram lá e nos derrotaram na Justiça. Agora, nós temos a perspectiva de ficar por dois anos esperando um pronunciamento do Supremo, enquanto que em dois anos esses trabalhadores vão ser obrigados a trabalhar domingo, quem sabe em jornadas de oito, dez e doze horas, que é o que está acontecendo hoje. E a proposta trazida pelo companheiro Ver. Juarez Pinheiro é justamente o principal para nós, a pergunta: o que fará a Câmara de Vereadores diante do desemprego na periferia de Porto Alegre, diante do desemprego e da quebra de micro e pequenas empresas e diante da exploração dos trabalhadores que estão obrigados a trabalhar aos domingos? O que fará a Câmara de Vereadores? Qual é a nossa posição? Como defendemos esses trabalhadores? Como defendemos o pequeno e médio comércio? Essa pergunta, o companheiro Ver. Juarez Pinheiro tem a coragem de trazer ao debate, a partir de um Projeto à Câmara de Vereadores. Essa é a pergunta principal. É um Projeto que cria uma lei, temporária ou transitória, não sei como é que se chama tecnicamente, enquanto o Supremo não se pronuncia. Portanto, a nossa defesa é a defesa da Lei n.º 7.109, que colocava todos os interesses na Mesa e definiu e tratou isso de forma séria, que privilegiava, em última análise, os interesses da população de Porto Alegre. Ponto!

E eu espero que tenhamos aqui o tratamento respeitoso que sempre temos com todos os Vereadores.

Segundo, o reajuste do DMAE. O Ver. Sebastião Melo veio aqui fazer discurso. Tem que colocar que não é aumento; é a recolocação da inflação, que é o reajuste do IGP-M, Ver. Luiz Braz. IGP-M que orienta a bimestralidade do funcionalismo, que orienta a inflação de todos os custos e insumos que envolvem a água em Porto Alegre e o DMAE em Porto Alegre. Aí não tem graça fazer discurso demagógico, tira o IGP-M das tarifas, das taxas, seja do que for, na Prefeitura de Porto Alegre, agora não tira do funcionalismo, não tira dos insumos, não tira dos custos. Quem define o IGP-M não é a Prefeitura de Porto Alegre. Ela recoloca a inflação para manter a excelência do serviço que o DMAE presta. Agora, é engraçado, o Ver. Sebastião Melo veio aqui, fez discurso, mas não tratou do reajuste já anunciado pela CORSAN para março. Reajuste esse, Ver. Zé Valdir, que o Presidente da CORSAN, Sr. Vitor Bertini, que é do PMDB, anunciou. Mas aí é muito fácil fazer política! Aí não tem graça! Ele vem aqui, faz um baita discurso, faz demagogia com a população, dizendo: “Nós somos contra, chega de tarifa!” Aí, o Presidente da CORSAN, do Partido do Ver. Sebastião Melo, do Governo do Ver. Sebastião Melo, anuncia para março ajuste da água no Estado. Ora, Ver. Sebastião Melo, então chame uma audiência pública e convoque o seu Secretário para explicar o reajuste da CORSAN.

Quero tratar das obras. Há um tempo atrás, o PT, Ver. Renato Guimarães, era acusado de pensar pequeno. “O PT pensa pequeno, não faz obras, não tem viadutos.” Agora não têm mais no que se agarrar, porque tem 3.ª Perimetral, pista de eventos, há uma série de obras por toda a Cidade, estão se agarrando até em fio desencapado. Querem falar do atraso das obras. Aí foram fazer uma visita, Ver.ª Berna Menezes, e descobriram que das quatro obras visitadas, duas são do Governo do Estado. Não contente com isso, o Ver. João Carlos Nedel consegue defender que sobre o Governo do Estado tem explicação, mas sobre Porto Alegre não. Para o Ver. João Carlos Nedel, o Estado pode atrasar, Porto Alegre não. O Estado não repassou para a obra do Triângulo da Av. Assis Brasil a parcela de janeiro da SBS Engenharia. Não repassou a parcela de janeiro, o Governo seu, Ver. João Carlos Nedel. Cadê a explicação sobre o Triângulo da Av. Assis Brasil? A METROPLAN não apareceu na visita, a METROPLAN não foi dar explicações, Ver. Raul Carrion. O Secretário Guilherme Barbosa estava lá, ao lado dos Vereadores, para prestar qualquer esclarecimento necessário. E o Vereador e Secretário Guilherme Barbosa anunciou a entrega do viaduto Av. Carlos Gomes/Av. Protásio Alves para março; mas a METROPLAN e o Governo do Estado não apareceram, não anunciaram nada e não liberaram o dinheiro. Mas sobre isso tudo é explicável, segundo o Ver. João Carlos Nedel; só não são explicáveis as questões da Prefeitura.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O tempo de V. Ex.ª está encerrado, Ver. Marcelo Danéris.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Concluindo, Sr. Presidente, sobre as questões da Prefeitura: Porto Alegre está em estado de obras, porque Porto Alegre investe no seu futuro, porque Porto Alegre pensa a sua infra-estrutura, porque Porto Alegre tem planejamento diferente daquele que o Ver. João Carlos Nedel quer colocar aqui. Antes, ele vinha aqui para dizer que não havia obras; agora, ele quer reclamar do atraso das obras. Mas, o que ele não vê é que Porto Alegre está mudando, e está mudando para melhor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0963/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera o § 3º do art. 1º da Lei nº 6.892, de 12 de setembro de 1991, que acrescenta § 3º ao art. 2º da Lei nº 5.456/84, que define pontos de estacionamento para o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel-táxi e estabelece normas. Com Emenda nº 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Fortunati: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01 ;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- retirada a Emenda nº 01;

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 033/01. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito o adiamento da discussão do PLL n.º 033/01 por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel, solicitando o adiamento da discussão do PLL n.º 033/01 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração na apreciação dos projetos da Ordem do Dia na seguinte ordem: PR n.º 076/02, PLE n.º 024/02, PLL n.º 250/01. Esse Projeto tem, razoavelmente, uma certa tranqüilidade. Não sei se os Srs. Vereadores gostariam de propor um outro Requerimento ou seguiremos na ordem, para não acontecerem situações como essa do Ver. João Carlos Nedel, que estamos debatendo o Projeto.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Ex.ª me informe: já começou a mudar a ordem dos Projetos? V. Ex.ª era o maior arauto de que deveríamos seguir, sistematicamente, a ordem dos Processos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): V. Ex.ª me socorre. Eu queria dizer que sem que nós tenhamos conseguido chegar a um consenso, hoje pela manhã, na reunião da Mesa com as Lideranças, na última Sessão, somos autorizados pelo Plenário a seguir a seqüência aqui, mas eu não posso deixar de receber o Requerimento, porque não há nada no Regimento que o impeça. Agora, o Plenário havia dito que procederíamos dessa forma.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu sou, inabalavelmente, contra. Se nós elegemos uma pauta, devemos respeitá-la.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, queremos colocar que somos totalmente favoráveis a que organizemos, a partir da Mesa, uma pauta de votação das Sessões plenárias, porque anteriormente os Líderes e a Mesa Diretora podem definir a pauta de votações da semana ou Sessão à Sessão. Sempre seremos favoráveis, para poder organizar os trabalhos da tarde. Como isso ainda não foi possível, isso ainda não foi acordado na Mesa, a Mesa não trouxe uma proposta de votação e como temos projetos que envolvem inclusive aprimoramentos, vou dar dois exemplos, o Projeto do Ver. Ervino Besson, que está discutindo aqui com os Vereadores a possibilidade de ajustar o seu Projeto para depois ir à votação; o outro Projeto é do Ver. João Carlos Nedel, estamos conversando com ele para aprimorar o seu Projeto. Então, diante de situações como essas, que estariam sendo sanadas se tivessem sido discutidas na reunião da Mesa, antes, nós poderíamos fazer um Requerimento para facilitar os trabalhos na tarde de hoje, até porque a maioria dos Projetos não são polêmicos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu não tenho dúvidas de que pode acontecer o Requerimento, mas eu alerto que estamos realmente perdendo tempo em razão do Requerimento, que era tudo o que nós não queríamos, Mesa e Lideranças que ocorresse, mas de qualquer forma, regimentalmente, sou obrigado a colocar em votação o Requerimento de V. Ex.ª.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris para a inversão da ordem de votação dos projetos.  O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, eu acho que nós estamos, Ver. João Antonio Dib, muito próximos de um entendimento e acredito que dependemos muito da sua determinação para que esse entendimento possa se dar a partir de agora.

Tudo que deixamos para amanhã, significa que não vai acontecer. O que nós queremos que aconteça, temos que começar a mudar a partir de agora, é do momento. Não podemos deixar para amanhã o que nós queremos que realmente seja mudado.

Ora, se há o entendimento do próprio Ver. Marcelo Danéris, de que é a Mesa quem deve organizar a Pauta das votações e, realmente, isso acontece, porque, afinal de contas, tudo aquilo que aparece nos avulsos é exatamente a determinação da Mesa Diretora, porque, de acordo com aquilo que rege o Regimento desta Casa, é o 1º. Secretário o responsável por estabelecer exatamente a ordem dos processos que vêm aqui para a votação. E ele não faz ao seu bel prazer, ele faz obedecendo exatamente a uma legislação que nos rege. Então, não é justo que, a todo o instante – essa é uma prática que estamos adotando já há algum tempo –, de acordo com os interesses, se coloquem projetos em votação. E, normalmente, Ver. Wilton Araújo, os projetos que são elencados para serem votados, a maioria são aqueles que não geram discussão de jeito nenhum. Qual é o projeto que não gera discussão de jeito nenhum? É aquele que não interessa para a população, porque quando interessa para a população, vai gerar discussão!

Todo o projeto, Ver. José Valdir – e V. Ex.ª é um mestre em conduzir as comunidades –, que interessa para as comunidades, de repente, agrada a uns, não agrada a outros e, por isso mesmo, nós vamos ter sempre as divergências, as quais acabam realmente se refletindo nos discursos que os Vereadores trazem aqui para esta tribuna.

Então, é claro que nós temos que votar projetos que não vão gerar discussões, mas que estão ali na Pauta, isso é normal, eles vão aparecer e nós vamos acabar votando. Mas, temos que votar, também, em todas as Sessões, os projetos mais polêmicos, até para que a Cidade possa conhecer a opinião dos seus Vereadores, Ver. Haroldo de Souza! Eu vejo V. Ex.ª fazer, várias vezes, pronunciamentos aqui desta tribuna cobrando dos Srs. Vereadores, exatamente, uma opinião mais decisiva, com relação aos vários problemas que acabam afetando a vida da população. Então, esse é o momento.

A minha sugestão, Ver. João Antonio Dib, é exatamente para que V. Ex.ª possa suspender, pelo menos por 1 minuto, esta Sessão, chamar as lideranças e começarmos, a partir de hoje, a seguir, exatamente, o roteiro das votações, tal qual aparecem os projetos nos avulsos.

Penso que não existe oposição maior por parte de nenhum dos Vereadores, o próprio Ver. Marcelo Danéris, que fez o Requerimento, acaba concordando que é a Mesa Diretora que deve estabelecer a ordem dos processos. E estão aí nos avulsos, seguindo exatamente a ordem, de acordo com o seu grau de importância, pelo menos dentro daquela legislação que rege os trabalhos aqui desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para encaminhar o Requerimento de sua autoria, que altera a ordem dos trabalhos.

 

 O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, só quero reafirmar o que já havia falado no microfone de apartes, nós somos a favor de montar uma pauta de votação para todas as Sessões da semana, acordada com os Líderes e com os componentes da Mesa. Agora, o que de fato está acontecendo é que nós ainda não temos esse acordo, nem essa organização. Isso acontece na Assembléia Legislativa, onde a pauta da semana é acordada com a Mesa, com as Lideranças, já se sabe o que vai votar na semana. Então, está acordado.

O fato é que aqui nós não temos uma organização da Ordem do Dia, do ponto de vista de acordo de Lideranças e Mesa como organização, ela é apenas uma organização que respeita outros critérios. Primeiro, Projeto de Lei do Legislativo, depois Projeto de Emenda à Lei Orgânica, depois Projeto de Resolução, há uma ordem que é uma ordem burocrática, não é uma ordem de prioridades da Câmara.

Pergunto a todos os Vereadores e Vereadoras, se surgir, mais adiante, na próxima Sessão, uma emergência da votação de um projeto que seja importante para a Cidade, que todos os Vereadores estejam envolvidos, aí vai poder fazer? Só para terem noção da burocracia. Se resolva, então, antes, se resolve na Mesa. Agora, abriu-se a Ordem do Dia de hoje, o primeiro Projeto é do Ver. João Carlos Nedel, nem o Ver. João Carlos Nedel sabia que o dele era o primeiro Projeto, nós também não sabíamos, aí começa aquele show de adiamentos: o meu adiamento, o meu adiamento... Então, não é necessário, se nós já temos um acordo...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre, Vereador. V. Ex.ª permite? Não acontece de a Presidência interferir, mas os Vereadores todos sabiam 48 horas antes.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Vereador, um aparte anti-regimental da Presidência, mas, tudo bem, acolho o aparte.

Esta ordem aqui é uma ordem burocrática, não é uma ordem de prioridades, o que nós estamos propondo é que nós possamos fazer, por intermédio da Mesa e Lideranças acordo de votação em todas as Sessões por semana. Estamos de acordo com isso, não é o caso hoje, não tem acordo nenhum, mas o Ver. Ervino Besson pediu um pouco mais de tempo para analisar o Projeto dele; o Ver. João Carlos Nedel pediu adiamento. Bem, se está essa confusão toda, fizemos um Requerimento e organizamos aqui, não tem problema até porque, na Sessão de hoje, por uma coincidência, os Projetos envolvidos nem são polêmicos. Nem sempre acontece, tem vezes que são polêmicos, mas hoje não é o caso. Então, a idéia é de ajudar a ordenar a votação no Plenário. Agora, quero esclarecer mais uma vez: nós somos favoráveis a organizar todas as Ordens do Dia, toda a semana, mas isso tem de ser pela Mesa e pelas Lideranças, e não por um papel que tenha uma leitura burocrática e nem tem prioridades políticas envolvidas. E se a Cidade precisa de alguma coisa com urgência, aí nós vamos ter que ficar presos a esse “espelho”, aqui; eu acho que não. Tudo vira caso excepcional, porque o Vereador também tem o seu Projeto que acha importante e também acha que é um caso excepcional.

Então, é melhor que a Mesa defina. Enquanto a Mesa não define, seguimos com os trâmites que nós tínhamos antes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris que solicita a alteração da ordem dos trabalhos.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, anti-regimentalmente, mas oportunamente, pede-me o Ver. Zé Valdir que eu esclareça à Casa. Não é o caso. Acho que nós, em conjunto, temos que nos esclarecer dentro dessa situação. Eu vejo vários pronunciamentos e acho que todos têm fundamento lógico. Estamos sob o impacto de uma expectativa que se criou, de que nós não teríamos mais, ao longo desta Legislatura, essa situação que agora se repete de, no início da Ordem do Dia, ficarmos discutindo a ordem dos trabalhos. Realmente havia um anúncio nesse sentido. A Ordem do Dia seria cumprida, Ver. Pedro Américo Leal, rigorosamente de acordo com o que era estabelecido com aquele ordenamento que é determinado pelo próprio Regimento, que prioriza algumas matérias em detrimento das outras. Por exemplo, se houvesse um veto, o veto seria, necessária e obrigatoriamente, analisado em primeiro lugar. Não é o caso, porque não existe o veto. Não existe projeto de lei ordinária, projeto de lei complementar, emenda à Lei Orgânica. Tudo isso tem, Ver. Zé Valdir, dentro do que estabelece o Regimento, as suas prioridades e as suas importâncias hierárquicas dentro do ordenamento regimental. Foi dito que nós não teríamos mais essa discussão. No primeiro dia, já mudamos a ordem de votação da matéria, e o Ver. Juarez Pinheiro veio à tribuna e disse que aquilo era absolutamente regimental; e ele tem razão. Nos termos como está colocado, é competente o plenário para decidir todos os dias, depois de uma discussão ou sem discussão, qual a ordem dos trabalhos naquele dia. Se nós não tomarmos uma posição, e é sugerido que seja pelo colégio dos líderes ou pela Mesa, se não existir um regramento específico, determinado, nós vamos continuar, Ver. Pedro Américo Leal, sei que V. Ex.ª repele essa situação, mas vamos continuar convivendo com essa situação.

Hoje tem razão o Vereador Líder do PT. Hoje está sendo exercida uma prerrogativa regimental de propor a ordem dos trabalhos pelo fundamento que ele estabeleceu. Os fundamentos são constitucionais? São. Toda a vez que a gente tiver uma opinião posta em discussão, é possível se ter concordâncias e discordâncias. Eu, no caso concreto, estaria absolutamente tocado na idéia de votarmos em primeiro lugar, por exemplo, o problema da área industrial da Restinga, que não é, no meu entendimento, o mais importante na Ordem do Dia hoje estabelecida, mas é a minha opinião individual. Existem algumas outras circunstâncias de plenário que podem determinar que um assunto passe a ser mais ou menos prioritário. Mas, a partir do pressuposto de que existe matéria não-polêmica, é um ledo engano, porque, às vezes, há situações aqui que parecem harmonia universal, estabelece-se uma discussão, e pronto, toma conta de todo o debate da Casa.

Por isso, Sr. Presidente, querendo ser um colaborador de V. Ex.ª, esse é o meu propósito, tenho o dever de ser colaborador de V. Ex.ª, desde a sua posse venho insistindo nesse discurso, quero ser o mais leal colaborador de V. Ex.ª, acho que urge deixar passar essa semana do jeito que está, porque não há outra forma de se enfrentar, mas, imediatamente, após, temos de estabelecer, se for o caso, pela Mesa, pelo colégio de Lideranças, um critério definitivo que, de uma vez por todas, acabe com essa polêmica.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa comunica que está retirando da Ordem do Dia o PLL n.º 250/01, de autoria do Ver. Ervino Besson, que dispõe sobre o licenciamento de guarita para prestação de serviço de segurança privada. O Projeto de Lei do Ver. Ervino Besson fere dispositivo da Lei Complementar n.º 219. Conseqüentemente, deveria ser um Projeto de Lei Complementar. Não sendo Projeto de Lei Complementar, está retirado, nobre Ver. Ervino Besson.

O Ver. Marcelo Danéris propôs que dois projetos, portanto, fossem votados em primeiro lugar, porque o terceiro foi retirado agora. O PR n.º 076/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, e o PLE n.º 024/02.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris, solicitando votação em primeiro lugar do PR n.º 076/02 e do PLE n.º 024/02. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) Votaram contrariamente os Vereadores. Luiz Braz, Sebastião Melo, Cassiá Carpes e Haroldo de Souza. APROVADO pela maioria.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2028/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 076/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que reserva a Avenida Clébio Sória para promoção de eventos em comemoração à Semana Mundial do Meio Ambiente.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela rejeição do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Goulart: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR n.º 076/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR n.º 076/02. (Pausa.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Antes de entrarmos na votação, eu gostaria de um esclarecimento, porque um dos pareceres das Comissões sobre essa matéria do Ver. Juarez Pinheiro, da Comissão de Constituição e Justiça, é pela rejeição do Projeto. Evidentemente, se há ilegalidade no Projeto, eu gostaria de ver esclarecido no período de discussão dessa proposição.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, V. Ex.ª pertence à Comissão de Constituição e Justiça, eu concordo inteiramente que ela não deveria dizer se é pela aprovação ou rejeição, ela deveria dizer se é pela tramitação ou pelo arquivamento. Como isso não acontece, o Vereador, quando recebe a negativa, tem o direito de fazer a sua defesa e a Comissão de Constituição e Justiça sistematicamente aceita e o projeto continua na sua tramitação. Essa é uma das preocupações que temos para o novo Regimento.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Vereador-Presidente, não vejo cabimento para as colocações aqui feitas, o Regimento que vai ser alterado é uma outra situação, situação nova se age de forma diferente. Hoje, mesmo com o Parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça, a matéria pode ser apreciada. Quero dizer que inclusive sensibilizaram-me os argumentos do Ver. Beto Moesch que fez um Recurso em relação às palavras que lancei no meu Parecer. Nesse sentido, quero inclusive votar favorável à proposta do Ver. Beto Moesch.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º 076/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. O Ver. Beto Moesch está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, preliminarmente quero agradecer ao Ver. Juarez Pinheiro que ao emitir um Parecer contrário, após fiz o Recurso, e o Vereador se sensibilizou pelos argumentos regimentais alocados no Recurso. Discutindo isso com o Ver. Wilton Araújo e outros Vereadores, como é sabido mundialmente, temos a Semana Mundial do Meio Ambiente, nos dois últimos anos, 2001 e 2002, esta Casa promoveu vários eventos, seminários e debates alusivos à Semana Mundial do Meio Ambiente. Destacou-se aí, justamente, a reserva da Av. Clébio Sória para exposições artísticas ligadas ao meio ambiente. Isso foi importante para a Câmara de Vereadores. A opinião pública, a imprensa e a comunidade receberam muito bem e participaram, assiduamente, dessa exposição. O que nós pretendemos - é uma idéia apenas deste Vereador, mas que foi sempre aceita pelos demais Vereadores - é justamente expor projetos artísticos, culturais dos mais diversos segmentos aqui na Casa, promovendo uma coisa que é totalmente nova, mas que busca a qualidade de vida da cidade de Porto Alegre com projetos ambientais, por exemplo, o artesanato dos índios. Muitos nem sabiam que há índios que habitam na cidade de Porto Alegre e que têm artesanato. Há projetos urbanísticos, como, por exemplo, de casas que se utilizam de materiais recicláveis, a energia eólica, a energia solar, materiais, artes que se utilizam da matéria-prima que eram sucatas, que virariam resíduos, mas que são transformados em matéria-prima para a arte, etc.

Então, a Câmara de Vereadores, de uma forma muito objetiva, mas também diferenciada, conseguiu mostrar dessa maneira, de forma plural, os vários projetos existentes, de artistas, de arquitetos, etc., de poderem expor aqui na Câmara de Vereadores, que tem esse papel, e de mostrarem o seu trabalho e mostrando não só o trabalho artístico, mas de que isso é totalmente viável. Então, como era feito antes, e por isso o Projeto de Resolução. Este Vereador solicitava à Direção-Geral que, na Semana do Meio Ambiente, reservava esse espaço. Ora, isso deve ser institucionalizado, não cabe a um Vereador apenas pedir, a cada ano, à Direção-Geral e à Casa que reservem um espaço para essas exposições. Nós queremos institucionalizar essa exposição artística relacionada ao meio ambiente, na Semana Mundial do Meio Ambiente, com Projeto de Resolução, independentemente deste Vereador, isso fica institucionalizado por este Parlamento, por esta Câmara de Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Respondendo ao Ver. Reginaldo Pujol, o Ver. Beto Moesch, no dia 3 de setembro de 2002, colocou as razões que ele entendia para que o Processo pudesse continuar na sua tramitação. Aceitas as suas ponderações, o Projeto teve seqüência e foi aprovado nas outras Comissões, e hoje parece que a coisa se esclarece.

Em votação o Requerimento do Ver. Wilton Araújo de dispensa do envio da Emenda n.º 01 ao PR n.º 076/02 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para encaminhar o PR n.º 076/02.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto de Resolução de autoria do Ver. Beto Moesch reserva a Av. Cultural Clébio Sória, originalmente - texto do Projeto de Resolução - para a promoção de eventos em comemoração à Semana Mundial do Meio Ambiente.

Conversando com o autor, e me recordando da Resolução n.º 012/09 do ano de 93 - que é a Resolução que cria a Av. Cultural Clébio Sória, na época em que para minha honra era Presidente desta Casa -, relendo esta Resolução, vimos que ela tem a determinação muito específica para a utilização da Av. Cultural Clébio Sória, e leio o texto: “destina-se a exposições de pintura, escultura, tapeçaria, xilogravura, fotografia, bem como quaisquer outras formas de expressão das artes plásticas.” Com o intuito de adequar a Resolução, que acho meritória, do Ver. Beto Moesch, à Resolução n.º 012/09, apresentamos Emenda, alterando o art. 1º e, aí sim, colocando a Av. Cultural Clébio Sória para a promoção de exposição de artes relacionada com a Semana Mundial do Meio Ambiente. Com isso, Sr. Presidente, buscamos adequar e respeitar a Resolução n.º 012/ 09. Estamos, portanto, com a Emenda, favoráveis ao Projeto.

Gostaria de aproveitar esta discussão na releitura que fiz dessa Resolução que cria a Av. Cultural: vejo - e isso era a prática - que ela prevê uma Comissão Cultural Consultiva de onze pessoas, nomeadas pelo Sr. Presidente, com mandato de dois anos, podendo ser reconduzida. E essa Comissão Cultural Consultiva tinha obrigações e tarefas, sendo uma delas exatamente selecionar, propor e organizar as exposições durante todo o ano.

Deixo a preocupação e a indagação, para saber se já temos a nossa Comissão Cultural Consultiva deste ano e qual tratamento a Mesa vai dar, ou o Sr. Presidente vai dar, tentando conciliar essa reserva, através de Projeto de Resolução, com essa Comissão Cultural, que deve também organizar. Acho que não é colidente, desde que a Comissão também seja, de uma ou de outra forma, consultada com antecedência, o que, neste caso, não aconteceu. Mesmo assim, pelo mérito da matéria, gostaria de encaminhar favoravelmente, com a Emenda.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa vai consultar a Diretoria Legislativa e responderá oportunamente a V. Ex.ª se existe ou não Comissão instalada para equacionar e resolver problemas que se apresentem na utilização da Av. Clébio Sória.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PR n.º 076/02.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como criei, não um incidente, mas promovi uma manifestação ao início da votação deste Projeto de Resolução, faço questão de vir à tribuna esclarecer. Tinha lembrança de que esta matéria havia merecido Parecer do Ver. Juarez Pinheiro, que tinha-se manifestado contra a tramitação do Projeto, por entender ilegal e dizia que: “ainda que meritória, não poderia prosperar a proposição, cuja provocação implicaria a limitação das competências da Mesa, além de trazer malferimento às disposições do art. 125 do Regimento desta Casa, que regulamenta a situação de alteração regimental, que só pode ser realizado por proposição da Mesa ou pelo mínimo por 1/3 da Câmara.”

O ilustre autor esclareceu, tempestivamente, ainda em setembro do ano passado, as dúvidas suscitadas pelo Vereador-Relator da matéria, e que mereceu a aprovação unânime do plenário da Comissão de Constituição e Justiça, e este se declara satisfeito, entendendo que foram superados os óbices e recomendando, inclusive, a aprovação da matéria.

Então, nessas circunstâncias, Ver. Beto Moesch, não há nenhum motivo para que nós façamos uma protelação maior da aprovação do seu Projeto.

Eu, no início, entendia que era um Projeto de Lei e achava que era uma demasia, mas se trata de um Projeto de Resolução, pouco usado na Casa para matérias como essa, mas, legitimamente utilizado por V. Ex.ª.

V. Ex.ª alerta que não está promovendo nenhuma diminuição da competência da Mesa, eis que esses fatos, até agora, vinham sendo resolvidos exclusivamente pela Diretoria-Geral e pela Assessoria de Assuntos Institucionais, que não sei se ainda persiste na Casa, mas, pelo menos, quando V. Ex.ª fez a sua manifestação era o caminho, era quem controlava a utilização do nosso “T Cultural”, para utilizar a expressão mais corriqueira entre nós outros.

Agora, V. Ex.ª propõe o seguinte: “A reserva da Avenida Clébio Sória para promoção de eventos em comemoração à Semana Mundial do Meio Ambiente... - e diz:... a Semana Mundial do Meio Ambiente é aquela que inclui o dia 5 de junho de cada ano.”

Então, isso liquida a situação. Sou favorável, acho que V. Ex.ª nos traz e induz a Casa a cogitar, inclusive, de fazer um calendário oficial em que várias situações que são aqui reclamadas poderiam ser satisfeitas, entre as quais a determinação de realização de uma série de atos solenes, Sessões Solenes, ocupações especiais dos espaços da Casa, em determinadas datas sem a necessidade de a gente vir aqui, à tribuna, para justificar. V. Ex.ª mata o problema com relação à Semana do Meio Ambiente. Daqui por diante não precisa mais requerer. Se é uma Resolução vai ser assinada por quem de direito, e vai produzir os seus efeitos. Já em 5 de junho desse ano saibam todos, aqueles que ficarem com a responsabilidade que foi até o ano passado, da Assessoria de Assuntos Institucionais, que essa área não pode ser utilizada para outra finalidade, nesse período, senão aquela prevista na Resolução de V. Ex.ª. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o PR n.º 076/02, de autoria do Ver. Beto Moesch. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 01, de autoria do Ver. Wilton Araújo, aposta ao PR n.º 076/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1238/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/02, que autoriza a venda de áreas de propriedade do Município de Porto Alegre, situadas no PARQUE INDUSTRIAL DA RESTINGA e revoga a Lei n.º 7.524, de 19 de outubro de 1994.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da  CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 20-02-03;

- adiada a discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n.º 024/02. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu sou informado de que há um consenso de que a matéria merece ser aprovada com as Emendas. Então, é desnecessário que se alongue muito o fato. Eu apenas quero esclarecer que o que está ocorrendo é um esforço que o Executivo está realizando, e quero, com muita justiça, dizer que esse fato começou com o ex-Prefeito Tarso Genro, a quem eu muito critiquei nesse particular, de que havia um desinteresse com a área industrial da Restinga. Hoje, com esta proposta, o Partido dos Trabalhadores, que se encontra no Governo há muito tempo, de certa maneira se redime de um equívoco que, no meu entendimento, vinha acontecendo, quando eles entendiam que não devia ser estimulada, através de incentivos especiais, a instalação daquele processo. A proposta é inteligente, na medida em que reduz o custo dos terrenos, na medida em que, nos prazos determinados, seja implementado efetivamente o projeto para cuja finalidade foram adquiridos esses terrenos. O que eu entendi de alterar foi no sentido de aumentar um pouco os prazos iniciais previstos, na razão direta de que, na situação indiscutivelmente complicada em termos financeiros que vive hoje o País, numa economia recessiva, esperar que alguém, em curto prazo, possa adquirir um terreno e fazer um investimento é não estar dentro da realidade.

Então, a nossa proposta é muito simples: ela dilata um pouco esses prazos. Tínhamos avisado à Liderança do Partido dos Trabalhadores e às lideranças dos partidos de oposição, em reunião informal hoje, e ninguém vai ficar surpreso com o que vai ser votado. Acho que é um bom Projeto e por isto não tenho a menor dificuldade, sendo homem de oposição, de vir aqui recomendar a sua aprovação com as emendas, uma das quais do próprio Partido dos Trabalhadores, fruto da exigência do novo Código Civil Brasileiro, que eliminou uma expressão jurídica que constava inicialmente do Projeto, vindo à Casa antes da vigência da nova legislação civil brasileira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrada a discussão. Em votação o PLE n.º 024/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 01 aposta ao PLE n.º 024/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda n.º 02 aposta ao PLE n.º 024/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1800/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 102/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que dispõe sobre o atendimento médico emergencial e remoção em eventos com aglomeração humana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Goulart: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 102/01. (Pausa.)

 

O SR. CASSIÁ CARPES (Requerimento): Solicito o adiamento da discussão desse Projeto por duas Sessões, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Cassiá Carpes para que o PLL n.º 102/01 tenha a sua discussão adiada por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4006/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 268/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que institui brinquedotecas nas escolas municipais e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 268/01. (Pausa.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Solicito o adiamento da discussão desse Projeto por duas Sessões, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris para que o PLL n.º 268/01 tenha a sua discussão adiada por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2006/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/02, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que altera o art. 9º da Lei n.º 5.456, de 23 de outubro de 1984, e alterações posteriores, que define Pontos de Estacionamento para o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel - Táxi - e estabelece normas.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;

- da  CEDECONDH. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 24-02-03;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 123/02. (Pausa.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Em vista da ausência da Ver.ª Clênia Maranhão e do Ver. Carlos Alberto Garcia, solicito o adiamento da discussão desse Projeto por duas Sessões, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ainda que a Liderança do PPS esteja presente, aceito o Requerimento de V. Ex.ª.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris para que o PLL n.º 123/02 tenha a sua discussão adiada por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2758/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Avenida Irmão Faustino João um logradouro público parcialmente cadastrado, localizado nos Bairros Mário Quintana e Rubem Berta.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 167/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2904/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 098/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha ao Irmão Nicolás Rubio Rubio.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º 098/02. (Pausa) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2907/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 099/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede a Comenda Pedro Weingärtner a Hidalgo Adams.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º 099/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade dos presentes.

Passamos à votação dos Requerimentos encaminhados à Mesa.

Em votação o Requerimento n.º 021/03, de autoria do Ver. Zé Valdir. (Pausa.)

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito seja adiada a votação do Requerimento n.º 021/03, com a concordância do Ver. Zé Valdir, e do Requerimento n.º 028/03, de minha autoria, por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Requerimentos não têm adiamentos. Em votação o Requerimento n.º 021/03. (Pausa.)

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar a retirada do Requerimento n.º 021/03, de autoria do Ver. Zé Valdir.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Zé Valdir quer trazer a esta Casa Moção de Solidariedade aos Conselheiros, Delegados e Cidadãos do Orçamento Participativo, alijados do processo pelo atual Governo Estadual.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Cassiá Carpes, comunico a V. Ex.ª que os autores dos dois Requerimentos pedem a sua retirada. V. Ex.ª, como já está na tribuna, fará uso da palavra se assim o desejar.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Já estou na tribuna, vou continuar o meu pensamento. Esta Casa não tem o direito, conforme quer o Ver. Isaac Ainhorn, de fazer com que o Orçamento Participativo seja constitucional. O Ver. Zé Valdir agora quer que votemos uma solidariedade. Pergunto aos Srs. Vereadores, de situação e principalmente aos da oposição: se o próprio Governo Lula não institucionalizou o Orçamento Participativo, nós vamos dar solidariedade a quê, Ver. Pedro Américo Leal? Se o próprio Governo Federal não quer esse Orçamento Participativo lá no Governo Federal! Só porque o Governo do Estado trocou, quer fazer diferente - e tem todo o direito, pois o Governador Rigotto se elegeu com o voto da maioria da população gaúcha -, tem outro pensamento, fortalecendo os COREDEs, fortalecendo os municípios? Nós não vamos, nesta Casa, dar guarida a um Orçamento Participativo que sequer passa por esta Casa e que constrange muitas vezes o Vereador. Queremos participar, queremos ter a prerrogativa do Legislativo para que possamos, nesta Casa, dar a nossa opinião, ter o equilíbrio, quem sabe, muitas vezes. Eu quero pedir à oposição que vote contra esse Requerimento de Solidariedade aos Conselheiros, Delegados e Cidadãos do Orçamento Participativo, alijados do processo. Poderia ser: alijados do processo do atual Governo Estadual e do Federal, porque o Governo Lula também não quer o Orçamento Participativo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir solicita a retirada do Requerimento n.º 021/03, de sua autoria. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário dos Vereadores Haroldo de Souza e Dr. Goulart.

O Ver. Wilton Araújo solicita a retirada do Requerimento n.º 028/03, de sua autoria. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário dos Vereadores Haroldo de Souza e Dr. Goulart.

Em votação o Requerimento n.º 024/03, de autoria do Ver. Zé Valdir, que requer seja destinado o período de Grande Expediente da Sessão Ordinária do dia 19 de maio para assinalar o transcurso dos 90 anos do Esporte Clube São José. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Passamos à

 

EXPLICAÇÃO PESSOAL

 

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste. Eu tenho a clareza, Ver. Cassiá Carpes, de que eu coloquei hoje, aqui nesta Câmara de Vereadores, um tema que surpreendeu os meus colegas, inclusive da minha Bancada. Então, por isso, eu posso entender um pouquinho a sua primeira intervenção e reconhecer a qualidade da segunda intervenção, porque V. Ex.ª reclamou que deveria haver debate aqui em relação ao funcionamento do comércio. E foi exatamente isso que eu propus nesta Casa.

Bem, ao ouvir várias intervenções, caro Ver. Cláudio Sebenelo, o ponto nodal, o ponto central deste debate é o seguinte: nós vamos ter de nos posicionar sobre duas situações. Em primeiro lugar, Ver. Raul Carrion, se nós queremos uma Cidade com um modelo econômico plural, diversificado, que contemple todos os agentes econômicos da Cidade ou se nós queremos uma Cidade com modelo excludente e concentrado nas mãos de duas ou três grandes redes.

Em segundo lugar, Ver. Cláudio Sebenelo, eu falei com V. Ex.ª sobre isso, nós vamos ter de dizer – com clareza – à Cidade se nós vamos apenas querer manter posição pessoal, que rende dividendos políticos, inclusive eleitorais, ou se nós vamos enfrentar uma questão que é vital para a cidade de Porto Alegre, que é a sua vitalidade econômica. É essa a decisão, Ver. Pedro Américo Leal, que é um daqueles que não tem dobradiças na coluna. Não tem, não é Vereador? Nunca teve. E por isso já pagou caro, mesmo na época dos seus regimes totalitários, que V. Ex.ª defendeu, pagou caro porque foi contra o AI-5.

Não existe posição diferente. O que nós temos hoje, e é importante que os Vereadores se apropriem disso, é uma decisão liminar lamentável, sob o ponto de vista jurídico e ponto de vista político, da lavra de um Desembargador, e eu digo o nome: Desembargador Favretto. Mas existe. E a única forma de nós reformarmos essa decisão – a única – é esperarmos a apreciação do mérito da ADIn, que vai ocorrer daqui a seis meses, porque é o tempo que o Tribunal, em geral, leva entre a apreciação liminar e a apreciação de mérito, Ver. Haroldo de Souza, para, depois, ingressarmos com uma ação chamada extraordinária, que é uma ação que, em desconformidade com a decisão do Tribunal de Justiça, recorre ao Supremo Tribunal Federal. Essas ações demoram, Ver. Haroldo de Souza, no mínimo dois anos, quando é um processo simples sob o ponto de vista dos interesses econômicos. E como esse não é um processo simples, podemos contar no mínimo três anos. Então, teríamos até a apreciação, Ver. Cassiá Carpes, da decisão atual que desregulamentou, sendo assim bem razoável, três anos e meio para que o Supremo Tribunal Federal se manifeste sobre a decisão do Tribunal de Justiça. E eu pergunto aos Srs. Vereadores e as Sr.as Vereadoras: é possível esperarmos três anos e meio para reformar uma decisão que retirou competência desta Câmara de Vereadores, que foi de encontro ao Estado Democrático de Direito inclusive – eu me arvoro a dizer -, que faz com que quatro mil pequenos e micros comerciantes fiquem sob o risco de falência, que faz com que os trabalhadores tenham 12 horas de trabalho nos supermercados: das 9 horas, passando das 22 horas - o que vai gerar, a curto e médio prazo, a concentração do mercado? Porque quando nós quebramos o pequeno, fazemos com que as grandes redes tomem conta dos mercados; quando quebramos o pequeno, não quebramos só o comerciante, quebramos o representante comercial, quebramos o pequeno atacadista, quebramos os atacados; porque o grande comércio compra dos grandes produtores. Este é o debate.

Se a Câmara acha que tem de ficar inerte, de braços cruzados, como está o Ver. Pedro Américo Leal - apenas fisicamente, porque eu sei que ele está fervilhando, ele está quieto, e quando ele está quieto vem borrasca, eu já disse a ele. Eu, pessoalmente, tenho a certeza de que depois da surpresa, depois que os Vereadores lerem as razões, depois de avaliarem como essa decisão infeliz do Tribunal de Justiça pode ser alterada e de conversarem, sim, com os caixas dos supermercados, perguntem a esses trabalhadores – que ficam lá das 9 horas até às 22 horas – se eles estão satisfeitos, se eles não queriam almoçar com suas famílias? Sessenta por cento dos comerciários são mulheres, que são as que, em princípio, de forma prioritária, cuidam da educação dos nosso filhos. E elas estão privadas, hoje, de conviver com as suas famílias, por uma decisão infeliz e que não tem base jurídica. Retiram de nós o cerne da atividade legislativa, que é a nossa competência constitucional, dada pelo art. 30, inciso I.

Estão tirando o sangue dos trabalhadores! Estão quebrando os pequenos e os micro. E a pergunta é essa: vamos marcar posição para ficar bem na mídia e com as nossas bases eleitorais ou vamos enfrentar de frente esse debate? A palavra está com os Srs. Vereadores.

Eu quero fazer este debate com muita tranqüilidade. Não é um debate emocional, porque debate emocional sobre isso não leva a bom termo. Este é um debate estrutural, de quem não pensa uma categoria apenas, de quem pensa a Cidade, e, pensando a Cidade pensa em todos. Agora, aqueles que pensam só em uma parte, e, em alguns casos, inclusive, por interesse de ordem político-eleitoral e partidária, esses estão equivocados. E onde está o fundamento, o cerne ideológico? É manter uma posição que dá uma boa visibilidade, ou ficamos do lado dos trabalhadores; ou ficarmos do lado dos pequenos, dos que geram empregos. Esse é o debate, e eu vou enfrentá-lo com a maior tranqüilidade sem qualquer tom emocional. Mas eu faço um apelo aos Srs. Vereadores, que leiam o Projeto, que é longo, que tem 19 páginas de Exposição de Motivos, mas que apreciem, para que, depois, possamos, com tranqüilidade, nos fóruns competentes, nas comissões, nas reuniões extraordinárias, fazer esse debate. Quero apenas trazer uma informação sob o ponto de vista jurídico: para reformarmos a decisão do Tribunal, são três anos e meio. E a pergunta que eu faço é essa: vamos deixar que esses trabalhadores sejam explorados por mais três anos de meio? Vamos deixar que as pequenas e microempresas venham à falência? Vamos deixar a concentração do mercado? E isso não invalida as iniciativas do Ver. Raul Carrion, que quer uma Medida Provisória, quer uma lei nacional, quer um movimento. Eu sou defensor desde o tempo do “sábado inglês” e contribuía para o Jornal dos Comerciários para que os trabalhadores comerciários não trabalhassem no sábado, e tenho esse jornal em casa. Nele estão os agradecimentos do Sindicato para o meu nome.

Ver. Pedro Américo Leal, espero que a sua tranqüilidade aparente signifique, por dentro, a reflexão que merece este Projeto, e que todos nós, Vereadores, temos de fazê-lo, porque é um Projeto para a Cidade, não um Projeto para um grupo, para uma categoria ou um Projeto corporativo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós apresentamos uma Moção de Solidariedade aos Conselheiros, Delegados e cidadãos, e retiramos essa Moção, mas vamos reapresentá-la.

E é sobre esse tema que eu quero falar: a questão do Orçamento Participativo. Eu quero já, de forma preliminar, afastar como argumento válido essa comparação com o Governo Lula, até porque, se formos fazer essa comparação, nós temos de fazê-la de um outro ponto de vista. O Governo Lula está começando, e essa discussão da participação popular, de como vai se dar, é um compromisso nosso, e vamos fazer, como fizemos no início do Governo Olívio em Porto Alegre e que deu origem ao Orçamento Participativo. E é uma questão de bom senso, qualquer pessoa entende que um orçamento, a discussão, a democratização da gestão pública num país é absolutamente diferente de uma cidade; obviamente que os mecanismos não podem ser os mesmos. Não vamos poder, por exemplo, fazer uma plenária da Nação brasileira. Isso é impensável. Portanto, esse assunto presta-se para a criatividade de um governo que está iniciando. Portanto, essa história de vir aqui apressadamente e, com esse simplismo, dizer que o Governo Lula não fez o Orçamento... O Governo Lula está com dois meses de governo. Nós temos o compromisso de fazer um processo de participação popular que vamos construir a partir da nossa experiência com o Orçamento Participativo, mas, certamente, os mecanismos desse processo terão de ser adaptados a um país, o que é absolutamente diferente de fazer numa cidade ou num Estado.

Também foi dito aqui que a Moção de Solidariedade que eu apresentei, que retirei e vou reapresentar possivelmente nas próximas Sessões, não dizia solidariedade a quem e por quê. Eu vou explicar. Solidariedade aos Conselheiros, aos Delegados e aos milhares de cidadãos que participaram de todo o processo de discussão neste Estado, que elegeram representantes, que estão na vigência de seu mandato, inclusive, e que agora estão sendo cassados por um governo que prometeu respeitar o Orçamento Participativo. Eles estão em plena vigência do seu mandato; foram eleitos democraticamente em plenárias e, no entanto, estão sendo cassados por um Governador que prometeu que respeitaria o Orçamento Participativo, até porque, se não prometesse, talvez tivesse perdido muitos votos. Eu até, por uma questão de delicadeza, para não dizerem que o Zé Valdir é radical e intransigente, poderia ter apresentado uma Moção de Repúdio ao Governo. Não apresentei, suavizei, usei de um eufemismo, inclusive, e preferi fazer uma Moção de Solidariedade aos Conselheiros, Delegados e participantes do Orçamento Participativo, porque eles estão em plena vigência do seu mandato e estão sendo cassados por um processo de um Governador que prometeu fazer o contrário; prometeu respeitar o Orçamento Participativo. Também quero dizer que nem a forma do Orçamento Participativo está sendo mantida. Mas há várias formas de destruirmos uma idéia e um processo. E uma das formas de destruir uma idéia e um processo é primeiro quebrar aquelas colunas vertebrais, aquelas colunas-mestras dessa instituição. E as colunas-mestras da instituição do Orçamento Participativo são basicamente três: é um processo de deliberação do Executivo! O Executivo pode fazer o Projeto do Orçamento e mandar para o Legislativo sem ouvir ninguém! Pode fazer pelas formas tradicionais, ouvindo os técnicos, o Orçamento Participativo se dá no âmbito do Poder Executivo, no caso do Município inclusive é legal, sim, senhores! Eu inclusive ajudei a votar a Lei Orgânica aqui, no meu primeiro mandato, e lá nós colocamos um dispositivo que diz que tem que ter uma forma de participação para decidir a peça orçamentária que o Prefeito vai mandar para a Câmara, que soberanamente vai analisar. É uma intromissão querer fazer mais do que já está dito na Lei Orgânica, no caso de Porto Alegre. Por que é uma intromissão? Porque é atacar a outra coluna-mestra do orçamento que é a auto-regulamentação, é legal, por isso que o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn é uma forma de destruir o Orçamento Participativo. O Orçamento Participativo é uma proposta do Executivo que tem base na lei; o Executivo pode mandar a peça orçamentária sem consultar ninguém se quiser, mas ele prefere consultar. Quem faz a forma, anualmente analisa a regulamentação de como funciona esse processo, são os próprios participantes. Quebrar, construir, colocar a lei aqui, engessar o Orçamento Participativo é uma forma de destruí-lo, porque é uma forma de destruir uma das colunas-mestras que é a auto-regulamentação, usurpar o poder popular. Se fala tanto quando não se respeita o poder da Câmara, mas a Câmara também não pode usurpar o poder popular, o direito popular. Outra forma é querer substituir um processo que é deliberativo quando o pessoal decide nas plenárias do Orçamento, qual a peça; o Prefeito manda a peça, nunca vetou. Agora querem substituir no Estado esse processo por um processo de consulta, mas querer comparar deliberação, poder real com consulta, é um absurdo, isso é um retrocesso. Esse projeto que estão querendo fazer na Assembléia Legislativa quer destruir algo que é a regulamentação, quer destruir o processo de participação direta, substituir por uma consulta, simplesmente, o que é um retrocesso. Portanto, ele ataca as colunas-mestras, os pilares do Orçamento Participativo, ele destrói o que o Governador se comprometeu no processo eleitoral de manter. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, desgraçadamente, no tempo de 5 minutos não dá para conversar sobre dois assuntos, tem que ser um só.

O talentoso Ver. Juarez Pinheiro falou aqui sobre um assunto que me tenta muito, mas a verve do Ver. Zé Valdir me faz abandonar esse tema e falar sobre o Orçamento Participativo.

Os COREDEs foram fundados e foram instalados pelo Governador Alceu Collares que gozou de todo o desprestígio e de toda a perseguição política do Partido dos Trabalhadores, levando a uma investigação de toda a sua vida e todo um processo que não terminou em nada. A verdade é que o Governador Collares foi, juridicamente, declarado inocente.

Eu fico pensando por que será que a teimosia e a rigidez dos partidos fazem com que Projetos como o do Governador Collares, dos CIEPs, não tivessem continuidade, sendo que hoje toda a sociedade brasileira está revisando e está começando a ver que o PDT tinha razão no processo educativo, a proposta de tempo integral do aluno na escola.

Muitas vezes, nós vemos a teimosia de fechar uma escola que era sustentada pela Brigada Militar, pois agora, graças a Deus, nós temos a democracia, e foi reaberta a escola; o plantão de segurança nos hospitais foi fechado, pois agora a democracia fez reabri-lo.

O fechamento das escolas dos CIEPs abastardando a idéia inicial de tempo integral da criança na escola foi uma das coisas que agora está sendo recuperada, resgatada e, provavelmente, depois da magnífica vitória de Germano Rigotto, nós vamos poder fazer com que essas escolas passem a ter tempo integral. Mas quando o Ver. Zé Valdir diz que o Governo Lula não pode ser julgado nos últimos dois meses, que recém assumiu, pois o Governo Rigotto também não pode ser julgado, porque assumiu nos últimos dois meses. Não foi fechado absolutamente nada, ainda. O processo de legalização dos COREDEs e do processo de consulta tem inclusive uma coisa fantástica que desmascara muito o Orçamento Participativo: cada um vai votar com o Título Eleitoral e vai ser a votação controlada inclusive pelo Tribunal Regional Eleitoral, diferente daquele uníssono, daquela coisa incrível que nós vimos, que agora querem colocar o Orçamento Participativo em todas as cidades do Estado, em todas as Regiões do Estado. Existem Regiões, Ver. Zé Valdir em que o PT não tem Prefeituras e que não querem ter Orçamento Participativo. Por que, agora, esta imposição; agora, para o resto da vida nós vamos ter sempre o Orçamento Participativo, quando os COREDEs estão aí para desempenhar a mesma função. Então fica aquela hipocrisia, aquela coisa assim, Vereador: “Olha, eu odeio a Câmara Municipal, eu acho que era muito melhor o Orçamento Participativo; não ter Vereador”. O Orçamento Participativo seria gratuito. Isso foi dito no Le Monde Diplomatic pelo Prefeito Raul Pont, esta obra-prima de democracia, e no entanto sabe o que aconteceu? O senhor acaba de pedir para esta Câmara tão maldita por pessoas do seu Partido uma solidariedade àquelas pessoas que vêm aqui ofender esta Câmara. Fica uma coisa assim... Se não fosse de iniciativa de sua autoria, eu pensaria assim...... exceto vindo do Zé Valdir, seria uma hipocrisia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. Dib, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha. Eu já tinha dito para o Ver. Sebenelo que o valor da crítica está no conhecimento do objeto criticado. Agora, o Ver. Cláudio Sebenelo falou dos COREDEs, mas o Vereador não sabe que os COREDEs tem assento garantido no Conselho do Orçamento Participativo? Sempre participaram das decisões; os COREDEs não estavam fora, estavam dentro. Ao contrário dos conselheiros, que tinham que ser eleitos, os COREDEs tinham cadeira fixa ali, assento garantido no Conselho do OP, e não precisava ser eleito, Ver. Goulart. Então, não é verdade que os COREDEs estavam fora, ou que não eram valorizados, ao contrário, eram privilegiados, não precisavam nem eleger, era só ir no Conselho, que tinham assento garantido. Mas ele não sabe, o Ver. Sebenelo tratou dos COREDEs como se eles não mais existissem e que não participassem do Conselho do Orçamento Participativo do Estado, e participam, e ajudaram muito a construir os orçamentos do nosso Estado.

Depois, o Ver. Sebenelo diz que foi fechada a Escola Tiradentes, mas aí é um desconhecimento completo, porque a escola nunca foi fechada! A Direção Pedagógica, ao invés de ter uma linha militar, foi passada à Secretaria de Educação. A Escola Tiradentes continua como sempre esteve. A Direção Pedagógica foi passada à Secretaria de Educação, para quem de direito, e não para o Comando da Brigada. Essa era a diferença.

Mas, depois, ele traz um outro assunto, também demonstrando um outro desconhecimento, falando do Governo Lula, mas a gente já tratou disso aqui. O Governo do Estado tinha o Orçamento Participativo implantado, todos os seus mecanismos, e pior ainda, os conselheiros foram eleitos legítima e democraticamente pela população do Rio Grande do Sul e foram cassados em seus mandatos, acabaram com o Orçamento Participativo. Aqui, já tinha um processo de democratização e de participação direta do cidadão. Já no Governo Federal nunca teve nem COREDEs, Comdex e nem nada, não tinha participação alguma da sociedade brasileira, da sociedade civil organizada, de entidades, de sindicatos, nenhuma participação nas decisões do Governo Federal até hoje. Porque o Governo Lula começa a mostrar que aqui vai ter participação com conselhos, com debates com a sociedade civil organizada, com partidos, sindicatos para a discussão das reformas mais importantes do País. Veja-se a Previdência, ou não estamos discutindo com todas as entidades e a sociedade civil organizada? Então, no quadro nacional, há um avanço da democracia, há um avanço da participação da sociedade e, no Estado, um retrocesso, porque nós já tínhamos chegado à condição da participação direta do cidadão e retrocedemos para uma participação representativa. Onde antes todo cidadão podia participar, agora só representações. Quem são as representações? As mesmas de sempre: Prefeitos, Vereadores, empresários. E quando o cidadão quer sair de casa e diz: vou lá ajudar o meu governo a melhorar este Estado, quero participar do orçamento, quero dar a minha opinião, quero dar o meu voto, quero escolher prioridades; ele pode? Segundo o novo Governo, não pode. Isso é um retrocesso da democracia participativa, além da cassação do Conselho.

Já no Governo Federal, não importa se tu era um sindicato, uma organização, uma federação, seja o que for, não tinha acesso ao Governo Federal e o Governo Lula avança na participação da sociedade brasileira, na organização do Estado Nacional. Já no Estado há um retrocesso, uma confusão completa de assuntos. O que aqui, para nós, já era um avanço consolidado, uma conquista do povo gaúcho, há um retrocesso brutal.

Mas o mais marcante, Ver. Dr. Goulart, o mais triste de toda essa história é que todo o Governo é legítimo para fazer o que quiser, administrar como quiser, mas o fato é que estão cassando mandatos de conselheiros legítima e democraticamente eleitos pelo povo do Rio Grande do Sul.

Isso nenhum partido pode aceitar, mas quero chamar a atenção, especialmente, do Partido da Social Democracia Brasileira, que cassa mandatos, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro que, na sua história, não deveria nem permitir que se ousasse falar algo desse tipo, cassando mandatos de conselheiros, e do próprio PDT, que faz parte do Governo do Estado e por enquanto ainda não se manifestou se concorda que cassem mandatos de conselheiros eleitos. Nós não podemos permitir isso, mesmo que depois não tenha nova eleição, mesmo que depois não continue o OP, é direito do Governo que lá está, para nós um retrocesso, mas há conselheiros eleitos, neste momento. Legitimamente eleitos, não podem ter o seu mandato popular cassado por um ato autoritário do Governo do Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani está com a palavra para uma Explicação Pessoal.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente, Vereadores que ainda estão neste Plenário, eu gostaria de falar, aqui, novamente, da questão da UERGS, mas eu acho que, no dia de hoje, com as notícias que estão nos jornais, não podemos deixar de lembrar uma afirmação feita, aqui, pelo Ver. Sebastião Melo que o Partido dele tinha canalhas em Brasília.

Nós gostaríamos de lembrar que não é só em Brasília, parece que no Ceará o Deputado Laden, eleito pelo PMDB, hoje, independente, mas eleito pelo PMDB, hoje renunciou ao seu mandato, pela segunda vez, tendo em vista o seu envolvimento com o tráfico de drogas. Então, não são só canalhas, mas o seu Partido também dá guarida a estrutura do tráfico nacional, internacional de drogas no nosso País. E aí a gente pediria aos outros partidos que hoje compõem o Governo Rigotto, que têm essa articulação para manter essa proposta que se constrói na nossa sociedade, para que se posicionem e mostrem sua coerência de como se constrói com esse Partido que abriga traficantes, canalhas, conforme o Ver. Sebastião Melo – e não é afirmação minha, é afirmação dele – nos seus quadros. E não é só abrigar, mas designa que essas pessoas podem ser candidatas a Deputado Federal, uma coisa que deveria ser reservada àqueles quadros partidários que realmente representem a linha do seu Partido.

Eu não poderia deixar de vir aqui neste espaço e intervir na questão da UERGS. Ver. Zé Valdir, não é só no Orçamento Participativo que o Governador Rigotto, nesses poucos dias de Governo, interveio, destituindo aqueles que democraticamente foram eleitos, mas também na UERGS. O Sr. Reitor, que estava lá colocado dentro de um mandato, com um processo que estava sendo implantado de montagem e eleição da nova coordenação, da nova reitoria, foi também destituído, junto com toda a direção. E durante todo o Governo Olívio, tivemos de ouvir da partidarização, da ideologização da educação no Governo do nosso companheiro Olívio.

Ver. Juarez Pinheiro, os nossos opositores são pessoas de memória muito curta, infelizmente. Eu cursei a Universidade Federal do Rio Grande do Sul – creio que V. Ex.ª também, quando fez o curso de Direito – e tive de fazer uma disciplina chamada EPB, Estudos de Problemas Brasileiros, que não significava nada mais nada menos que a colocação, dentro da universidade pública, de delegados de polícia, de pastores, de religiosos, todos vinculados a posicionamentos políticos pró-golpe militar. Fui obrigado a fazer quatro créditos, durante um ano, duas horas de aula por semana, de EPB, onde não se estudava problema brasileiro nenhum. O professor estava lá na sala de aula para única e exclusivamente defender o golpe militar de 64. Os objetivos nacionais estratégicos defendidos pela Lei de Segurança Nacional, estavam lá para isso. Ver. Juarez Pinheiro, felizmente o meu pai era ligado à ARENA e felizmente foi nesse debate que eu consegui ter uma mudança política, foi aí que eu vi que a tal da revolução que o meu pai defendia não estava por detrás “salvar o Brasil”, estava por detrás uma posição ideológica, de combate ao comunismo. Lembro-me que o Professor de EPB desafiava, dizendo: “A revolução foi para acabar com a corrupção.” Eu perguntei a ele e ele ficou sem ter o que dizer: “Quantos corruptos prenderam?” Prenderam só os da esquerda, só aqueles que pensavam diferente, só aqueles que tinham um posicionamento ideológico diferente. Os corruptos continuaram. Então, essa questão toda de ideologização nós sofremos na carne, nós sabemos o que é ideologizar e o que é impor à universidade pública toda a ideologia. Quem se lembra do Coronel Natalício, que era o nosso Supervisor-Geral de segurança interna da nossa Universidade Federal? Qualquer coisa que se fizesse dentro da Universidade, qualquer passo que se desse o Coronel Natalício tinha que dizer “pode ou não pode”. E isso sim não era só ideologização, era dominação, era a amarração de toda e qualquer ideologia, de todo e qualquer pensamento livre que se pudesse ter dentro das universidades.

Então, essa questão de que reitor tem de atender simplesmente aos mandames do Governador, isso é coisa de pessoas que viveram na universidade na época da ditadura, e não vivem a realidade de hoje, onde os nossos reitores são eleitos. O Lula tomou posse e não destituiu nenhum reitor. Eu li na imprensa o desafio sobre se o Lula não iria fazer a mesma coisa se estivesse no Governo do Estado. E não fez. O Lula assumiu a Presidência da República e não destituiu nenhum reitor. O Governador destituiu. São pessoas que viveram na universidade, na época da ditadura, ou em universidades particulares, onde lá tem um dono e o dono designa o reitor, e está acabado. Na universidade pública o reitor tem de ser eleito e tem que ter o respeito do seu Executivo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estamos encerrando a Sessão, onde compareceram 33 Vereadores, todas as etapas foram cumpridas e alguns Vereadores até se surpreenderam, porque podia falar em Explicação Pessoal.

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h45min.)

 

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